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Arqueólogos rastreiam origem das plantas na culinária da África Ocidental em até 3.500 anos (FOTOS)
Arqueólogos rastreiam origem das plantas na culinária da África Ocidental em até 3.500 anos (FOTOS)
Uma equipe de cientistas descobriu os primeiros insights sobre as origens da culinária baseada em vegetais da África Ocidental, trancada em fragmentos de... 21.01.2022, Sputnik Brasil
2022-01-21T15:16-0300
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A culinária da África Ocidental é conhecida há muito tempo por seus ingredientes e sabores distintos, muitas vezes aprimorados pela adição de uma grande e diversificada variedade de alimentos vegetais. Uma refeição tradicional consiste em um alimento rico em amido cozido em uma panela, servido com um molho preparado a partir de vegetais, peixe e/ou carne, muitas vezes acompanhado de leguminosas. Segundo matéria da PhysOrg, apenas agora a ciência conseguiu provas capazes de rastrear a origem da tradicional culinária da África Ocidental. Cientistas liderados pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, em cooperação com colegas da Universidade Goethe, em Frankfurt, realizaram análises químicas de mais de 450 fragmentos de cerâmica pré-histórica da cultura Noque, centro da Nigéria, (conhecida por suas notáveis estatuetas de terracota em grande escala e pela produção inicial de ferro na África Ocidental, por volta do primeiro milênio a.C.) para investigar quais alimentos eles estavam cozinhando em suas panelas. Um desafio para os pesquisadores, investigar a origem de vegetais e folhas verdes é difícil, pois geralmente não sobrevivem em escalas de tempo arqueológicas. Graças ao solo ácido nos sítios arqueológicos de Noque, restos orgânicos, como ossos de animais e restos de plantas, não sobreviveram muito bem ao tempo para nos contar a história dos hábitos deste povo. "Esperávamos que as análises químicas fornecessem informações adicionais sobre a preparação de alimentos", afirmou a professora. Os pesquisadores usaram biomarcadores lipídicos e análises de isótopos estáveis para mostrar que o maior grupo de perfis lipídicos extraídos dos vasos antigos, mais de um terço, compreendia uma gama de distribuições altamente diversificadas e complexas que denotam o processamento de vários tipos de plantas. Os resultados da equipe foram publicados na revista Archaeological and Anthropological Sciences e combinam bem com os restos de plantas antigas do local, que compreendem principalmente milheto, mas também feijão-fradinho e pêssego africano. A possível preparação de tubérculos como o inhame, em vasos Noque, também sugere uma longa história de uso, em boa concordância com as evidências que sugerem uma domesticação do inhame na África Ocidental por volta de 2500 a.C.. "Em resumo, nossos resultados demonstram que o processamento e consumo de plantas pré-históricas na África Ocidental envolvia muito mais do que o cozimento de alimentos ricos em amido", concluiu Dunne.
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Arqueólogos rastreiam origem das plantas na culinária da África Ocidental em até 3.500 anos (FOTOS)
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Uma equipe de cientistas descobriu os primeiros insights sobre as origens da culinária baseada em vegetais da África Ocidental, trancada em fragmentos de cerâmica que datam de cerca de 3.500 anos atrás.
A culinária da
África Ocidental é conhecida há muito tempo por seus
ingredientes e sabores distintos, muitas vezes aprimorados pela adição de uma grande e diversificada variedade de alimentos vegetais.
Uma refeição tradicional consiste em um alimento rico em amido cozido em uma panela, servido com um molho preparado a partir de vegetais, peixe e/ou carne, muitas vezes acompanhado de leguminosas.
Segundo matéria da PhysOrg, apenas agora a ciência conseguiu provas capazes de rastrear a origem da tradicional culinária da África Ocidental.
Cientistas liderados pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, em cooperação com colegas da Universidade Goethe, em Frankfurt, realizaram análises químicas de mais de 450 fragmentos de cerâmica pré-histórica da cultura Noque, centro da Nigéria, (conhecida por suas notáveis estatuetas de terracota em grande escala e pela produção inicial de ferro na África Ocidental, por volta do primeiro milênio a.C.) para investigar quais alimentos eles estavam cozinhando em suas panelas.
Um desafio para
os pesquisadores, investigar a origem de vegetais e folhas verdes é difícil, pois geralmente
não sobrevivem em escalas de tempo arqueológicas.
Graças ao solo ácido nos sítios arqueológicos de Noque, restos orgânicos, como ossos de animais e restos de plantas, não sobreviveram muito bem ao tempo para nos contar a história dos hábitos deste povo.
"Os restos de plantas carbonizadas como sementes e cascas de nozes preservadas nos sedimentos arqueológicos refletem apenas uma parte do que as pessoas consumiam no passado", afirmou a professora da Universidade Goethe, Katharina Neumann que dirigiu pesquisas arqueobotânicas no Projeto Noque.
"Esperávamos que as análises químicas fornecessem informações adicionais sobre a preparação de alimentos", afirmou a professora.
Os pesquisadores usaram biomarcadores lipídicos e análises de isótopos estáveis para mostrar que o maior grupo de perfis lipídicos extraídos dos
vasos antigos, mais de um terço, compreendia uma gama de distribuições altamente diversificadas e complexas que denotam o
processamento de vários tipos de plantas.
"Esses perfis lipídicos de plantas incomuns e altamente complexos são os mais variados vistos [globalmente] em cerâmica arqueológica até hoje", disse a líder da pesquisa da Unidade de Geoquímica Orgânica da Universidade de Bristol, doutora Julie Dunne.
Os resultados da equipe foram
publicados na revista Archaeological and Anthropological Sciences e
combinam bem com os restos de plantas antigas do local, que compreendem principalmente milheto, mas também feijão-fradinho e pêssego africano.
A possível preparação de tubérculos como o inhame, em vasos Noque, também sugere uma longa história de uso, em boa concordância com as evidências que sugerem uma domesticação do inhame na África Ocidental por volta de 2500 a.C..
"Em resumo, nossos resultados demonstram que o processamento e consumo de plantas pré-históricas na África Ocidental envolvia muito mais do que o cozimento de alimentos ricos em amido", concluiu Dunne.