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Quais as razões do magnetismo incomum de rochas lunares coletadas pelas missões Apollo da NASA?

© Foto / Pixabay / GuillaumePreat A Lua, satélite natural da Terra
A Lua, satélite natural da Terra - Sputnik Brasil, 1920, 19.01.2022
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Uma equipe de cientistas propôs uma teoria para explicar o porquê do magnetismo incomum das rochas lunares coletadas entre 1968 e 1972, durante as missões do programa Apollo da NASA.
O estudo com os resultados foi publicado recentemente na revista Nature Astronomy.
O material que chegou à Terra forneceu à comunidade científica uma informação valiosa sobre a história do nosso satélite natural, mas há um grande enigma: embora algumas rochas parecem ter sido formadas na presença de um forte campo magnético, não estava claro como um corpo celeste de tal tamanho como a Lua poderia ter gerado um campo magnético de tamanha magnitude.
Segundo a nova pesquisa, dirigida por Alexander Evans, geólogo e professor da Universidade Brown, nos EUA, as formações rochosas gigantes que se afundam no manto da Lua poderiam ter gerado o tipo de convecção interior que produz fortes campos magnéticos, algo que poderia ter acontecido de maneira intermitente durante o primeiro bilhão de anos da história de nosso satélite natural.

Qual é sua hipótese?

Atualmente, a Lua não tem o campo magnético. Os modelos de seu núcleo sugerem que provavelmente era pequeno demais e não tinha força convectiva para produzir um campo continuamente forte, já que para ele é necessário que o núcleo dissipe uma grande quantidade de calor.
Acredita-se que a Lua, uns poucos milhões de anos depois de sua formação, estava coberta por um oceano de magma. À medida que começou a esfriar-se e solidificar-se, vários minerais desceram até o fundo, enquanto outros flutuaram para formar a casca.
Lua (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 17.01.2022
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Cientistas acreditam que formação da Lua se assemelhou ao funcionamento de máquina de raspadinhas
O magma líquido restante era rico em titânio e em elementos que produziam calor, como tório, urânio e potássio, por isso levou mais tempo para se solidificar, mas acabou fazendo isso abaixo da casca.
Baseando-se na composição atual da Lua, os cientistas modelaram uma dinâmica de como essas formações de titânio afundaram, bem como do efeito que puderam causar quando finalmente alcançaram o núcleo lunar. Como resultado, eles chegaram à conclusão que isso provavelmente ocorreu no período de cerca de um bilhão de anos.

'Panela quente'

As formações tinham se tornado em "gotas" de 60 quilômetros de diâmetro. Uma vez que chegaram ao fundo da Lua, pensa-se que geraram uma grande reação no centro do satélite terrestre, provocando na convecção do núcleo um aumento suficientemente grande para gerar um campo magnético na superfície lunar, tão forte ou até mais do que o da Terra.

"Podem pensar nisso um pouco como uma gota de água batendo em uma panela quente", explicou Evans. "Tem algo realmente frio que toca o núcleo e, de repente, pode sair uma grande quantidade de calor. Isso faz com que aumente a agitação no núcleo, o que gera esses campos magnéticos intermitentemente fortes."

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