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EUA fornecerão à Ucrânia mais 'materiais defensivos' se tensão aumentar, diz Departamento de Estado

Nesta imagem fornecidas pelo serviço de imprensa do Ministério da Defesa da Ucrânia, soldados ucranianos usam um lançador com mísseis Javelin dos EUA durante exercícios militares na região de Donetsk, Ucrânia, quarta-feira, 12 de janeiro de 2022
Nesta imagem fornecidas pelo serviço de imprensa do Ministério da Defesa da Ucrânia, soldados ucranianos usam um lançador com mísseis Javelin dos EUA durante exercícios militares na região de Donetsk, Ucrânia, quarta-feira, 12 de janeiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 18.01.2022
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Nesta terça-feira (18), Moscou expressou sérias preocupações com as declarações "extremamente perigosas" de autoridades dos EUA e do Reino Unido sobre o aumento das entregas de armas à Ucrânia.
Os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia "material defensivo" adicional além dos já programados para entrega se a situação no país se transformar em uma invasão russa, disse um alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano.

"Como você sabe, demos mais assistência de segurança à Ucrânia no ano passado do que em qualquer momento desde 2014, e posso garantir que essas entregas estão em andamento e mais estão programadas para as próximas semanas. Se a Rússia invadir a Ucrânia, nós forneceremos material defensivo adicional aos ucranianos acima e além do que já estamos fornecendo", disse o representante nesta terça-feira (18).

O comentário da autoridade veio após um aviso de um grupo bipartidário de legisladores dos EUA, que visitaram Kiev na segunda-feira (17), de que Washington pode enviar mais lançadores antitanque Javelin, armas pequenas, barcos e potencialmente sistemas antiaéreos portáteis Stinger para a Ucrânia, caso uma "invasão" russa aconteça.
"Vamos impor sanções econômicas incapacitantes, mas, mais importante, daremos ao povo da Ucrânia as armas, armas letais de que precisam para defender suas vidas e meios de subsistência", disse o integrante da delegação dos EUA senador Richard Blumenthal.
Na segunda-feira (17), o chefe da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, anunciou que o país está fornecendo à Ucrânia armas "defensivas de blindagem leve" adicionais e enviando um pequeno número de tropas ao país para ensinar os ucranianos a usá-las.
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Wallace não chegou a declarar apoio total a Kiev, no entanto, disse que "a Rússia tem as maiores Forças Armadas da Europa" e que a Ucrânia "não é membro da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]". O Reino Unido, disse ele, não entrará unilateralmente no país do Leste Europeu e, em vez disso, limitará seus esforços a "ajudar a Ucrânia a se ajudar".
Na terça-feira (18), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou as declarações feitas pelas autoridades norte-americanas e britânicas de "extremamente perigosas", alertando que as armas sobre as quais falavam não eram apenas defensivas, mas potencialmente ofensivas, e que os Sistemas Portáteis de Defesa Aérea (MANPADS, na sigla em inglês), em particular, eram uma categoria de armas regulamentadas pelo direito internacional.
Somente os Estados Unidos já entregaram mais de US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 14 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia desde 2014, com cerca de US$ 400 milhões (aproximadamente R$ 2,2 bilhões) enviados pelo governo Biden no ano passado.
O governo Obama limitou suas entregas a Humvees desarmados, equipamentos de radar e equipamentos de combate para tropas, mas as administrações Trump e Biden não se esquivaram de armas letais, incluindo armas antitanque Javelin, rifles de precisão e sistemas de apoio de artilharia. Os aliados da OTAN da América complementaram ainda mais a gama de equipamentos enviados a Kiev, com a Turquia fornecendo drones Bayraktar e a República Tcheca enviando obuses de 152 mm. O Reino Unido, a Itália e a Alemanha forneceram centros de comando blindados, veículos de engenharia e caminhões de evacuação médica.
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Origem do conflito geopolítico

A Ucrânia entrou em uma crise política, econômica e militar apoiada do exterior em 2014, quando os EUA e a União Europeia ajudaram a pressionar políticos pró-ocidentais apoiados por milícias ultranacionalistas para realizarem um golpe contra o governo impopular, mas democraticamente eleito do país.
O golpe levou as autoridades da Crimeia a organizar um referendo para romper com a Ucrânia e se juntar à Rússia, enquanto independentistas em busca de autonomia no leste do país pegaram em armas em oposição às novas autoridades de Kiev. Por sua vez, Kiev enviou tropas para tentar esmagar os independentistas, provocando uma sangrenta guerra civil que matou dezenas de milhares e deslocou mais de 2,5 milhões de pessoas.
Os EUA e seus aliados europeus culparam Moscou pela crise, atingindo o país com várias rodadas de sanções e aumentando o número de tropas e exercícios no flanco leste da OTAN.
Nos últimos meses, autoridades e a mídia ocidentais acusaram a Rússia de encenar um acúmulo de tropas de "até 100.000 soldados" nas fronteiras da Ucrânia em supostos preparativos para uma invasão. Moscou rejeitou repetidamente essas alegações e acusou a OTAN de tentar desviar a atenção do próprio acúmulo militar do bloco na região, incluindo tentativas de incorporar a Ucrânia à aliança.
Moscou viu a OTAN avançar mais de 1.200 km para o leste desde o colapso da União Soviética, apesar das garantias oferecidas ao líder soviético, Mikhail Gorbachev, em 1990, de que a Aliança não se moveria "uma polegada" a leste da antiga Alemanha Oriental após sua incorporação na República Federal.
O presidente Vladimir Putin, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e outras autoridades russas disseram repetidamente que a adesão da Ucrânia ao bloco ocidental seria inaceitável para a Rússia do ponto de vista da segurança, particularmente em meio à ameaça de os EUA estacionarem mísseis ofensivos no país que teriam um tempo de voo até Moscou de apenas 5-7 minutos em caso de guerra.
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