Senadores dos EUA publicam projeto que visa proibir aquisição de minerais de terras raras da China

Com apenas uma mina de terras raras, e sem capacidade de as processar, os Estados Unidos procuram aumentar a produção nacional e eliminar a dependência da China.

Congressistas nos EUA anunciaram um projeto de lei que tem por objetivo proibir até 2026 aos empreiteiros de defesa do país comprar minerais de terras raras da China, indica no sábado (15) a agência britânica Reuters.

O Ato de Restauração de Energia Essencial e de Propriedades de Segurança Integradas para Terras Raras de 2022, proposto pelos senadores Tom Cotton e Mark Kelly, procura usar o aumento financeiro de 2,7% para a defesa no ano fiscal de 2021-2022 como alavanca para obrigar as empresas a deixarem de depender da China, e, consequentemente, apoiar a produção destes minerais nos EUA.

Se for aprovado, o projeto de lei tornará permanente a estocagem destes minerais, mas apenas se aplicará aos usados na produção de mísseis e outras armas nos EUA. O ato também obrigará as autoridades comerciais norte-americanas a investigar se "a China está distorcendo o mercado de terras raras e recomendar se são necessárias sanções comerciais", escreve a Reuters.

Os EUA possuem apenas uma mina de terras raras e não têm capacidade de processar o mineral.

"Acabar a dependência americana da China na extração e processamento de terras raras é crítico para construir os setores de defesa e tecnologia", argumentou Cotton, que faz parte dos Comitês das Forças Armadas e de Inteligência do Senado dos EUA.

Os EUA criaram, durante a Segunda Guerra Mundial, a indústria de terras raras, que explora 17 metais, destinados, após processamento, a produzir ímãs usados em veículos elétricos, armamentos e artigos eletrônicos. No entanto, como aponta a Reuters, nos últimos 30 anos a China investiu no setor até obter o controle praticamente total. Cotton crê que este desenvolvimento é "simplesmente uma política consciente escolhida pelos Estados Unidos".