Manhã com Sputnik Brasil: destaques desta terça-feira, 4 de janeiro

Bom dia! A Sputnik Brasil está acompanhando as matérias mais relevantes desta terça-feira (4), marcada pela intenção da China de modernizar seu arsenal nuclear, pela nova cepa do coronavírus detectada na França e pela convocação dos filhos de Trump para testemunhar no caso da empresa do pai.

Internação do presidente: obstrução intestinal pode acompanhar Bolsonaro toda a vida, segundo médicos

Ontem (3), o presidente Jair Bolsonaro precisou ser levado às pressas para um hospital em São Paulo após relatar dores abdominais. As informações indicam que o presidente teve uma intoxicação alimentar, agravada pelo histórico das cirurgias pós-facada. Os cirurgiões do hospital confirmaram ao jornal Folha de São Paulo que a obstrução intestinal do chefe do Executivo com grande probabilidade vai se resolver nos próximos dois dias com tratamento médico. Ainda assim, segundo os especialistas, há risco de que o problema possa acompanhá-lo para o resto da vida. Embora essas crises em geral sejam independentes do estilo de vida, o exagero no consumo de comida e bebida pode causar problemas intestinais.

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, hospitalizado com obstrução intestinal em São Paulo, 3 de janeiro de 2021

© REUTERS / @jairbolsonaro / Twitter

COVID-19 no Brasil: comprovante de vacinação vira obrigatório no estado de São Paulo

O governador paulista, João Doria, assinou o decreto que obriga os servidores estaduais a comprovar a vacinação contra o coronavírus. O documento foi publicado hoje (4) no Diário Oficial do Estado. A exigência é obrigatória para cerca de 570 mil profissionais da ativa em órgãos de administração direta e indireta do estado. A medida deve ser cumprida até o próximo domingo (9). Enquanto isso, o governador do Maranhão, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (3) que testou positivo para a COVID-19. Segundo o governador, ele se sente bem e está em isolamento domiciliar, trabalhando de forma remota. Entretanto, o Brasil confirmou mais 74 mortes e 12.292 casos de COVID-19, totalizando 619.245 óbitos e 22.302.577 diagnósticos da doença, informou o consórcio entre secretarias estaduais de saúde e veículos de imprensa.

Governador do Maranhão, Flávio Dino

© Folhapress / Kleyton Amorim/UOL

China promete continuar 'modernizando' seu arsenal nuclear

Nesta terça-feira (4), a China declarou que vai prosseguir a modernização de seu arsenal nuclear e exortou os EUA e a Rússia a reduzirem seu armamento nuclear, visto que Washington e Moscou possuem em conjunto 90% destas armas. Em um raro comunicado conjunto, os EUA, China, Rússia, Reino Unido e França reafirmaram ontem (3) seu objetivo de criar um mundo livre das armas nucleares, mas Washington expressou preocupações com a modernização militar chinesa. Em função disso, Pequim defendeu sua política em relação ao potencial nuclear e disse que Rússia e EUA, como maiores potências nucleares, devem dar o primeiro passo no desarmamento: "Os EUA e a Rússia ainda possuem 90% das ogivas nucleares do mundo", apontou Fu Cong, diretor-geral do Departamento de Controle de Armas no MRE chinês. "Eles devem reduzir seu arsenal nuclear de forma irreversível e e juridicamente vinculativa". "Quanto às afirmações feitas pelos EUA de que a China está aumentando consideravelmente suas capacidades nucleares, isso não é verdade", anunciou ele, ressaltando que o país mantém suas capacidades nucleares no nível mínimo para sua segurança. "A China seguirá modernizando seu arsenal nuclear por questões de confiabilidade e segurança", acrescentou.

Fu Cong, diretor-geral do Departamento de Controle de Armas do MRE chinês, durante coletiva de imprensa em Pequim, China, 4 de janeiro de 2022

© AP Photo / Ng Han Guan

Blinken discute situação na Ucrânia com chanceleres do Grupo de Bucareste

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, discutiu ontem (3) por telefone com representantes do grupo dos Nove de Bucareste, bem como com seu homólogo turco Mevlut Cavusoglu, a situação em torno da Ucrânia e a defesa coletiva da OTAN. Segundo comunicado do Departamento de Estado, os chanceleres debateram "a desestabilizadora concentração de tropas da Rússia ao longo da fronteira ucraniana; a necessidade de uma posição unida, pronta e resoluta da OTAN para a defesa coletiva dos aliados; e a cooperação transatlântica nos assuntos de interesse mútuo". Blinken também confirmou o compromisso dos Estados Unidos de estender as consultas com os parceiros à medida que trabalham para reduzir as tensões entre a Rússia e a Ucrânia. O grupo dos Nove de Bucareste é composto por aliados da OTAN no Leste da Europa, inclusive Hungria, Polônia, Romênia e países bálticos.

Militares das Forças Armadas da Ucrânia em posições de combate nos arredores de Krymske, região de Lugansk, leste da Ucrânia, 3 de janeiro de 2022

© REUTERS / MAKSIM LEVIN

Nova cepa do coronavírus é detectada no sul da França

Especialistas do Instituto de Doenças Infecciosas de Marselha (IHU, na sigla em francês) detectaram nos moradores da cidade uma nova variante do coronavírus, segundo um estudo recente. De acordo com os cientistas, 12 pessoas que foram testadas para as mutações ligadas a variantes do SARS-CoV-2, demonstraram "uma combinação atípica". A nova cepa foi denominada como B.1.640.2. A variante tinha sido identificada pela primeira vez em novembro passado em um homem que havia regressado de Camarões. A análise do genoma mostrou 46 mutações, detalharam os autores da pesquisa. Eles batizaram a nova cepa de IHU, em referência a seu instituto. Enquanto isso, a cepa Ômicron tem levado a múltiplos surtos de casos em todo o mundo. Na França, nos últimos dias de 2021 foram registradas mais de 200 mil infecções por dia. De acordo com palavras do ministro da Saúde francês, Olivier Véran, o mês de janeiro vai ser um mês difícil para os hospitais do país.

Enfermeiras realizam exercícios respiratórios em uma paciente da COVID-19 no Centro Hospitalar de La Timone em Marselha, sul da França, 31 de dezembro de 2021

© AP Photo / Daniel Cole

Procuradoria de Nova York decide interrogar filhos de Trump

A procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, intimou os dois filhos mais velhos do ex-presidente Trump, Donald Trump Júnior e Ivanka, a testemunharem em sua investigação sobre as práticas de negócio do pai e a empresa homônima. O próprio Donald Trump também foi chamado a depor sob juramento. Segundo o The New York Times, três dos filhos do republicano - Donald, Ivanka e Eric - têm estado envolvidos nos negócios do pai e em sua principal empresa gestora, a Trump Organization, onde passaram a trabalhar após a graduação. A investigação, que começou em 2019, procura determinar se a Trump Organization aumentou os valores de seus ativos imobiliários de forma fraudulenta para obter empréstimos bancários e se reduziu seus valores para diminuir os impostos. Trump declara que a apuração contra sua companhia foi iniciada por motivos políticos sob pressão do Partido Democrata.

Donald Trump, então candidato à presidência, com seu filho Donald Trump Júnior e sua filha Ivanka Trump, 2016

© AP Photo / Matt Rourke