Alemanha fecha mais 3 usinas nucleares em meio à grave crise energética

Segundo especialista, a Europa está caindo na armadilha da política de energia verde correndo o risco de agravar crise de energia.

A Alemanha fechou três usinas nucleares na sexta-feira (31), em uma iniciativa para reduzir pela metade a capacidade nuclear restante do país. A medida acontece apesar de uma das piores crises energéticas já experimentada pela Europa.

Como resultado da decisão de eliminar completamente a energia atômica, a decisão de fechamento das usinas foi tomada por Angela Merkel após o desastre nuclear de Fukushima em 2011, mas tal deve agravar ainda mais a subida dos preços do gás e da energia em geral.

Berlim está planejando eliminar completamente a energia atômica até o final de 2022, quando suas três últimas usinas, em Neckarwestheim, Essenbach e Emsland, forem fechadas.

As autoridades alemãs não podem evitar o fechamento destas usinas, uma vez que estão em uma situação difícil quando se trata de "economia verde", segundo o diretor do Centro de Informações Políticas, Aleksei Mukhin, disse à RT.

"A decisão de Angela Merkel de fechar os reatores nucleares após o desastre em Fukushima foi denunciada como burocrática", disse o analista. "O governo federal deveria ter feito esforços muito sérios para evitar a paralisação programada, mas, aparentemente, eles não podem fazer isso pelas chamadas novas regras da economia verde."

Com os preços da energia em todo o continente subindo para níveis nunca vistos, o timing para a concretização do plano alemão não poderia ser pior. Em dezembro, o preço de referência a nível europeu, o TTF holandês (Title Transfer Facility) alcançou a marca de € 187,78 (aproximadamente R$ 1.190) por megawatt/hora, o que é dez vezes mais do que no início do ano, enquanto os preços da eletricidade para o consumidor também estão disparando.

De acordo com Mukhin, as autoridades do país caíram em uma armadilha orquestrada por Berlim. O especialista expressou perplexidade com as obstinadas tentativas da União Europeia de impulsionar políticas de energia verde em meio à pior crise energética na Europa, que está afetando de forma marcante a carteira dos cidadãos europeus.

"A crise energética deveria corrigir a economia global e a política 'verde', mas isso não acontece devido à teimosia, orgulho e preconceito, até mesmo o esnobismo e obstinação dos parceiros europeus", disse Mukhin.