OTAN nunca prometeu não se expandir, diz secretário-geral da Aliança Atlântica

Segundo afirmou Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, a aliança militar nunca fez promessas de não se expandir após o fim do bloco soviético, isso decorre de tratados internacionais.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança Atlântica, negou em entrevista à agência alemã DPA que a OTAN tenha prometido não alargar o número de Estados-membros durante e logo após o final da Guerra Fria.

"A OTAN nunca prometeu não se alargar. No tratado fundador de nossa organização está inclusive escrito que cada país europeu pode se tornar membro da aliança", comentou Stoltenberg em entrevista de quinta-feira (23).

"Além disso, há documentos dos anos 1970 e 1990 – os Acordos de Helsinque [1973-1975], a Carta de Paris [1990], o Ato Fundador Rússia-OTAN [1997] e múltiplos outros acordos, que dão a entender claramente que cada país pode definir seu destino livremente. Trata-se de um princípio fundador da segurança europeia, que foi subscrito pela Rússia. Nós não podemos mudá-los com algumas citações", defendeu o secretário-geral.

Stoltenberg afirmou que os aliados negaram que alguma vez tenham sido feitas promessas de não expansão da OTAN. Segundo o secretário-geral da OTAN, o próprio Mikhail Gorbachev, ex-líder da URSS, disse que a questão da expansão da OTAN para leste não foi discutida antes da reunificação da Alemanha em 1990.

A Rússia tem protestado contra a expansão da OTAN desde os anos 1990, considerando que a presença militar do bloco junto de suas fronteiras constitui uma ameaça direta ao país. Na última quinta-feira (16) Moscou propôs um projeto de acordo com a OTAN, entre cujos pontos principais se incluem o não alargamento da Aliança Atlântica para leste e a não colocação de armas nucleares na proximidade direta entre os dois lados.