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Borrell anuncia projeto estratégico da UE e culpa Rússia pelo aumento do preço do gás

© REUTERS / Kenzo TribouillardJosep Borrell, alto representante da UE para as Relações Exteriores e Política de Segurança, em Cúpula da União Europeia no prédio do Conselho Europeu em Bruxelas, Bélgica, 16 de dezembro de 2021
Josep Borrell, alto representante da UE para as Relações Exteriores e Política de Segurança, em Cúpula da União Europeia no prédio do Conselho Europeu em Bruxelas, Bélgica, 16 de dezembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 20.12.2021
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Josep Borrell, diplomata europeu, disse que no próximo mês divulgará uma Bússola Estratégica para "proteger nossas fronteiras orientais", que espera ser aprovado em março.
Josep Borrell, alto representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores e Política de Segurança, anunciou no domingo (19) que publicará em janeiro de 2022 um novo projeto de defesa estratégica.

"Vou apresentar uma versão atualizada da Bússola Estratégica em janeiro, no encontro informal dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa da UE em Brest [França], em linha com o objetivo de a adotar em março", escreveu ele em seu blog.

"As crises da Ucrânia e de Belarus são ilustrações claras, se algumas eram necessárias, do tipo de ameaças que a Europa está enfrentando: táticas híbridas, política de poder, intimidação e desinformação. Em jogo está o destino de países e sociedades individuais, mas também os princípios mais amplos que sustentam a ordem de segurança europeia", de acordo com o diplomata.
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Borrell acrescentou que os Estados-membros da UE devem ter mais capacidades e mais coesão na área militar.
"Isso também contribuirá para os esforços da OTAN em proteger nossas fronteiras orientais e melhorar nossa capacidade coletiva de destacamento e projeção", defendeu.
O alto representante europeu mencionou ainda a questão do gasoduto russo Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), acusando a Rússia de pressionar a UE.
"A Rússia tem usado a energia como ferramenta para influência política (vejam, por exemplo, na Moldávia), e embora ela esteja, estritamente falando, cumprindo seus compromissos no fornecimento do gás, muitos veem sua atual recusa de aumentar volumes de exportação à Europa ou de voltar a encher as instalações de armazenamento detidos pela Gazprom como uma forma de exercer pressão sobre a UE e assegurar especificamente o licenciamento regulatório do Nord Stream 2", comentou.
Josep Borrell referiu que os preços energéticos na Europa têm sido extraordinariamente elevados e aumentaram cerca de 300% desde os meados do ano, incluindo 40% só em dezembro, o que o leva a ligar inextricavelmente a política em torno da Ucrânia com a questão da importação do gás.
"Qualquer discussão sobre a Rússia/Ucrânia/Belarus inclui a dimensão energética, devido a 40% das importações de gás da UE virem da Rússia, principalmente através de três rotas de trânsito: Ucrânia, Belarus e o mar Báltico", explicou.

Abordagem da Europa

A UE tem falado há anos de uma "Bússola Estratégica", uma estratégia comum do bloco europeu que aumentaria sua capacidade de defesa e segurança nos 5-10 anos seguintes. Essa discussão tem incluído cada vez mais a Ucrânia que, apesar de não ser membro da UE e da OTAN, tem recebido apoio dos países ocidentais contra supostas ameaças da Rússia. Vários países desses blocos também acusam Moscou de usar o Nord Stream 2 como arma e uma tentativa de cortar a Kiev o acesso ao gás russo.
Kremlin responde que não ameaça nenhum país e adverte que as declarações nesse sentido visam ocultar o aumento de forças militares da OTAN perto das fronteiras da Rússia.
Sobre o Nord Stream 2, Moscou observa que cumpriu sempre seus compromissos de fornecimento do gás à Europa desde os tempos da Guerra Fria e que não planeja reduzir o fornecimento à Ucrânia, mesmo depois do atual contrato terminar. Gazprom, empresa estatal de gás da Rússia, informou em 24 de novembro que a Moldávia deixaria de receber gás, depois que falhou o prazo de pagamento.
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Moscou também argumenta que os preços energéticos têm subido em várias partes do mundo e que mesmo países europeus que não usam a Rússia como seu principal fornecedor têm registrado grandes aumentos no preço do gás, enquanto German Gref, diretor-executivo do Sberbank, o maior banco da Rússia, apontou a falta de preparação da Europa para aumentar seus baixos estoques de gás.
Vladimir Putin, presidente do país, notou que a política energética pouco diversificada do bloco europeu é outro fator que contribui para a escalada de seu preço no continente.
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