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Unidade secreta dos EUA é responsável por ataques negligentes com morte de civis na Síria, diz mídia

© REUTERS / Yamam al ShaarHomem passa por prédio danificado em Homs, Síria, 3 de outubro de 2021
Homem passa por prédio danificado em Homs, Síria, 3 de outubro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 13.12.2021
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Uma matéria no jornal The New York Times (NYT) deste domingo (12) explica que a unidade costumava atuar remotamente no Curdistão iraquiano, monitorando e definindo possíveis alvos de ataques, às vezes os fazendo com drones.
A unidade secreta da Força Aérea dos Estados Unidos se chamava Talon Anvil e teria atuado entre 2014 e 2019 com o principal objetivo de atacar militantes do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).

"Eles eram implacavelmente eficientes e bons em seu trabalho [...] Mas eles também fizeram muitos ataques ruins", disse um ex-oficial de inteligência da Força Aérea, que esteve com a unidade de 2016 a 2018, em entrevista ao NYT.

A unidade era pequena, com menos de 20 pessoas, mas participaram ativamente de muitos dos ataques feitos ao Daesh, em que foram usados 112.000 bombas e mísseis. A equipe se dividia em três turnos, trabalhando 24 horas por dia. Eles monitoravam imagens de drones e de aliados, infiltrados na Síria, para determinar as localizações dos próximos ataques, muitas vezes sem levar em consideração a presença de civis.
As operações lideradas pela Talon Anvil chamaram a atenção da CIA e da Força Aérea dos EUA pelo alto número de baixas. Foram registrados casos de mortes de crianças e trabalhadores rurais em meio a bombardeios direcionados a terroristas. Também foram registrados casos em que pilotos de aeronaves enviadas para bombardear regiões se recusavam a cumprir a missão por se tratar de áreas densamente povoadas, sem aparente presença de combatentes terroristas.
Um dos ataques mais polêmicos aconteceu em março de 2017, quando uma bomba foi lançada contra uma vila que, segundo mensagens de texto enviadas pelos combatentes, estaria vazia, mas na verdade acabou matando mais de 20 pessoas, incluindo crianças.
A informação foi compartilhada pelo ex-oficial de inteligência, que disse ter visto imagens das câmeras do drone onde "mulheres e crianças corriam desesperadas, algumas com membros amputados".
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O ex-conselheiro do Pentágono e do Departamento de Estado dos EUA Larry Lewis disse em entrevista que a Talon Anvil matava dez vezes mais inocentes do que qualquer outra unidade na Síria. Ele informou que a justificativa dos ataques com vítimas era de "autodefesa" das tropas dos EUA, mesmo quando os bombardeios aconteciam a mais de 100 quilômetros de onde as forças americanas estavam localizadas.
Lewis também informou que o general Stephen Townsend, que chefiou as operações da coalizão liderada pelos EUA contra o Daesh, costumava negar a morte de civis após ataques na Síria, tanto a meios de comunicação quanto a organizações de direitos humanos.
Além de todos os ataques questionáveis, com mortes de civis, oficialmente a unidade Talon Anvil nunca existiu. Praticamente todas suas missões eram secretas. As informações encontradas pela reportagem do NYT vieram da descrição de relatórios ultrassecretos e entrevistas com militares da ativa e ex-militares que lidaram com a unidade, mas não quiseram ser identificados.
A célula de ataque era comandada por uma unidade de Operações Especiais, chamada Força-Tarefa 9, que supervisionava a ofensiva terrestre na Síria.

Investigação

Em novembro deste ano, o porta-voz do Pentágono informou que as Forças Armadas dos EUA vão revisar se houve má conduta durante um ataque de drone na Síria em 2019 que teria matado dezenas de civis.
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