Para expandir comércio bilateral, Brasil pode exportar até 120 mil toneladas de algodão ao Irã

Parceiros comerciais na soja e no milho, as duas nações podem abrir uma nova frente de exportação através do algodão. Em 2021, o Brasil ocupou a posição de segundo maior exportador mundial do produto.

Atualmente, o comércio entre Irã e Brasil se ancora, principalmente, na soja em grão, farelo de soja e milho. Esse mercado movimenta, por ano, cerca de US$ 1,05 bilhão (R$ 5,85 bilhões).

No entanto, uma nova rota comercial pode ser estabelecida após encontro que ocorreu no final de novembro entre produtores rurais de algodão do Brasil e empresários da indústria têxtil do Irã, segundo o UOL.

De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), hoje em dia, não existe exportação direta de algodão do Brasil para o país persa, mas se a parceria for estabelecida, será possível enviar até 120 mil toneladas de algodão por ano para Teerã.

"No Brasil, quem cultiva algodão também cultiva soja e milho porque fazemos uma sucessão de culturas ao longo do ano [...]. O agricultor que está exportando grãos para o Irã também pode embarcar pluma, principalmente se inserirmos nessa negociação a ureia", disse Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa.

De acordo com a mídia, desde 2019, o Brasil importa ureia do Irã, insumo que é utilizado na fabricação de fertilizantes. Em 2021, os iranianos forneceram 4,5% do volume total de ureia importada pelo país e, em 2020, foram o quarto maior fornecedor do insumo para o Brasil.

Para o embaixador do Brasil no Irã, Laudemar Gonçalvez de Aguiar Neto, a nova rota de exportação é uma boa chance para se ampliar o comércio bilateral.

"A operação de barter [permuta em que o agricultor adquire um insumo e paga com uma commodity] entre ureia e algodão é uma opção real para ampliarmos o comércio bilateral", disse Neto citado pela mídia.

No momento, o Irã compra algodão de países como o Uzbequistão e Índia. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de algodão, atrás da Índia, China e Estados Unidos, ocupando em 2021 a posição de segundo maior exportador mundial do produto.

A previsão é que o país produza 2,71 milhões de toneladas de algodão em pluma na safra 2021/22, alta de 16,5% ante a temporada anterior impulsionada pela elevação na área de plantio da cultura, de acordo com o site Money Times.