Cientistas chineses revelam segredo de cubo misterioso avistado no outro lado da Lua (FOTOS)

Um objeto cúbico misterioso registrado no horizonte lunar despertou a curiosidade dos amantes de ufologia ao redor do mundo.

O rover chinês Yutu 2, em sua exploração na cratera Von Kármán, do outro lado da Lua, registrou o objeto peculiar em uma imagem muito pouco nítida.

Em postagem da imagem na rede social Weixin, o programa de divulgação da Administração Nacional do Espaço da China (CNSA, na sigla em inglês), Nosso Espaço, sugeriu ao público que o estranho objeto poderia ser uma "cabana misteriosa".

"Foi uma casa construída por alienígenas após pouso forçado?", brinca a postagem. "Ou é a espaçonave pioneira dos predecessores para explorar a Lua?"

Ao contrário do que se esperava, especula-se que o objeto seja apenas uma das muitas rochas abundantes na Lua. Até que Yutu 2 possa percorrer a distância intermediária de 80 metros a que se encontra para estudar o objeto, um processo que levará cerca de dois ou três meses, a resposta definitiva ainda não pode ser dada, mas há uma hipótese bastante plausível.

Mas a tarefa não é fácil. O rover chinês precisa de energia solar para se mover com muita cautela pelo terreno sinuoso da Lua, entre entulhos e crateras. Quando o Sol está diretamente sobre Yutu 2, para evitar o superaquecimento ele precisa se desligar. Já durante a noite lunar, que dura duas semanas, ele também precisa ser desligado para não desperdiçar energia.

Ah. We have an update from Yutu-2 on the lunar far side, including an image of a cubic shape on the northern horizon ~80m away from the rover in Von Kármán crater. Referred to as "神秘小屋" ("mystery house"), the next 2-3 lunar days will be spent getting closer to check it out. pic.twitter.com/LWPZoWN05I

— Andrew Jones (@AJ_FI) December 3, 2021

Ah. Temos uma atualização do Yutu-2 no outro lado lunar, incluindo uma imagem de uma forma cúbica no horizonte norte, a cerca de 80 metros do rover, na cratera Von Kármán. Referido como "神秘 小屋" ("casa misteriosa"), os próximos 2-3 dias lunares serão gastos na aproximação para verificar isso

Toda esta logística faz com que o tempo de aproximação e estudo do objeto leve este tempo. Porém, mesmo com a espera, as pistas apontam para que o objeto seja uma rocha escavada durante um impacto e consequente formação de uma nova cratera na superfície lunar. Este fenômeno já foi observado antes, o que faz com que a hipótese seja fácil de se sustentar.

So yeah, it's not an obelisk or aliens, but certainly something to check out, and hard to discern much from the image. But large boulders (right) are sometimes excavated by impacts, as seen by the Chang'e-3 mission, which launched 8 years ago on Dec 1. [CNSA/CLEP] pic.twitter.com/ifOIFr4oQI

— Andrew Jones (@AJ_FI) December 3, 2021

Então, sim, não é um obelisco ou alienígenas, mas certamente algo para se verificar, e é difícil de se discernir muito a partir da imagem. Mas grandes rochas (à direita) às vezes são escavadas por impactos, como visto pela missão Chang'e-3, que foi lançada há 8 anos em 1º de dezembro. [CNSA / CLEP]

Esta imagem não é a primeira coisa estranha que Yutu 2 descobriu no lado da Lua perpetuamente voltado para longe da Terra. Em 2019, encontrou uma substância peculiar descrita como "semelhante a um gel", que acabou por ser rocha lunar derretida em vidro, também devido a um impacto na superfície.

A Lua, desprotegida por uma atmosfera, tem muita coisa se chocando com ela.

Observar a "cabana misteriosa" de forma meticulosa vai nos dizer mais sobre a Lua, mesmo que este objeto não seja a prova cabal da existência de alienígenas. O caso de uma rocha recém-removida do subsolo lunar, dependendo de sua profundidade, pode oferecer pistas sobre a composição do terreno, por exemplo.

Os cientistas da CNSA estão ansiosos pela oportunidade de estudar melhor o objeto, localizado durante o 36º dia de operações do Yutu 2 na Lua.

Atualmente em seu 37º dia lunar, após pousar em janeiro de 2019, Yutu 2 e a espaçonave Chang'e 4 aproximam-se do fim de seu terceiro ano de explorações, se mantendo ainda bastante fortes.