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Fluxo de Magalhães pode estar 5 vezes mais perto de nós do que se pensava, indica estudo

© Foto / Luminas_ArtGaláxia (imagem de referência)
Galáxia (imagem de referência) - Sputnik Brasil, 1920, 24.11.2021
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Definir distâncias espaciais é uma tarefa extremamente difícil. Isto porque a medição é feita quando é possível determinar com precisão o brilho intrínseco do objeto observado, relacionando-o com tempo e velocidade. Mas, no cosmos, nem sempre o brilho intrínseco dos objetos está bem definido, o que pode nos levar ao erro.
O fluxo de Magalhães (uma estrutura gigante formada por um fluxo de gases que se movimenta em alta velocidade) que circunda e envolve a Via Láctea, pode estar bem mais perto do que se estimava, segundo as novas simulações.
Este longo fluxo de material tem origem nas Grandes e Pequenas Nuvens de Magalhães, galáxias que orbitam em torno umas das outras e que provavelmente serão canibalizadas pela Via Láctea. As interações gravitacionais dessas Nuvens de Magalhães com a Via Láctea arrancaram uma grande quantidade de gases que agora formam um arco no céu da Terra.
Galáxia NGC 3627 próxima à Via Láctea. Os clarões avermelhados brilhantes mapeiam nuvens quentes de hidrogênio (Hα), marcando a presença de estrelas recém-nascidas, enquanto as regiões azuis (uma combinação de filtros verdes, vermelhos e infravermelhos) revelam a distribuição de estrelas ligeiramente mais velhas - Sputnik Brasil, 1920, 03.11.2021
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No ano passado, uma equipe de cientistas descobriu que as gigantescas nuvens de gás e plasma retiradas dos halos galácticos do Fluxo de Magalhães envolvem a maioria das galáxias. Foi este mesmo time de cientistas que usou modelos astronômicos para modelar a formação e evolução do fluxo de Magalhães ao longo de 3,5 bilhões de anos e descobriu que poderíamos estar 5 vezes mais perto dele do que imaginávamos.
"A origem do Fluxo de Magalhães tem sido um mistério nos últimos 50 anos", disse o físico da Universidade de Wisconsin-Madison, Scott Lucchini. "Propusemos uma nova solução com nossos modelos. O surpreendente é que os modelos trouxeram o fluxo para muito mais perto da Via Láctea", conta o pesquisador.
Isto significa que a estimativa anterior, que variava de 325.000 anos-luz a 650.000 anos-luz de distância da Terra, caiu para 65.000 anos-luz, uma diferença considerável. Se o fluxo está mais próximo do que imaginávamos, será preciso agora repensar suas propriedades principais.
Segundo o modelo, quando as duas galáxias anãs começaram a se orbitar uma à outra, elas o fizeram na direção oposta ao que os astrônomos pensavam anteriormente. Consequentemente, quando começaram a roubar gases uma da outra, ao invés de formarem um arco para longe da Via Láctea, o fluxo de Magalhães se moveu em direção à nossa galáxia.
Os resultados da pesquisa, publicada na The Astrophysical Journal Letters, demonstram que o fluxo de Magalhães deve colidir com a Via Láctea muito mais cedo que o esperado, cerca de 50 milhões de anos terrestres. A colisão vai injetar novo material cósmico na galáxia, resultando em choques e concentrações de gases capazes de gerar novas estrelas.
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"Alguns pensam que as estrelas são muito fracas para serem observadas porque estão muito distantes. Mas agora vemos que o fluxo está basicamente na parte externa do disco da Via Láctea", disse Lucchini.
Observações futuras poderão confirmar a descoberta.
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