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Cientistas descartam teoria sobre origem da maior 'explosão' de biodiversidade na Terra

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Terra (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 14.11.2021
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Pesquisadores da Dinamarca analisaram registros geológicos e fósseis marinhos, concluindo que uma colisão de asteroides não podia ter levado a maior biodiversidade na Terra, até pelo contrário.
A explosão na biodiversidade terrestre há 467 milhões de anos não aconteceu devido à poeira espacial, afirma um estudo publicado na revista Nature Communications.
Durante o evento, chamado radiação ordoviciana e conhecido como o maior aumento na biodiversidade da história da Terra, os trilobitas, braquiópodes e conodontes, que habitavam nos oceanos do nosso planeta, começaram a desaparecer e a serem substituídos por invertebrados marinhos mais próximos aos que existem hoje. Isso, de acordo com cientistas, que examinaram os registros geológicos e fósseis, aconteceu devido ao início de uma era glacial.
Segundo Jan Rasmussen, geólogo do Museu Mors, Dinamarca, a poeira gerada pela colisão entre dois asteroides no cinturão entre Marte e Júpiter, que teria impedido muita da luz solar de chegar à Terra, não podia ser a causa da radiação ordoviciana.

"Nossos resultados demonstram que o período de tempo frio e aumento de biodiversidade ocorreu muito antes da explosão de asteroides e o posterior bombardeio de meteoros, 600.000 anos antes, para ser preciso", explicou Nicolas Thibault, geólogo e paleontólogo da Universidade de Copenhague, Dinamarca.

A equipe de pesquisa analisou fósseis no leito do mar sedimentário em Steinsodden, Noruega, preservados em camadas de calcário, de forma a descobrir a sequência de eventos da explosão de biodiversidade.
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Biodiversidade (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 14.11.2021
Biodiversidade (imagem referencial)
"Nosso estudo mostra que a mudança no clima começou exatamente 469,2 milhões de anos atrás. 200.000 anos depois, as temperaturas eram ainda mais frias, fazendo formar gelo no então Polo Sul", disse Christian Rasmussen, da Universidade de Copenhague, Dinamarca.
Segundo a pesquisa, a mudança para temperaturas mais frias coincidiu com uma mudança na excentricidade orbital e inclinação axial da Terra relativamente ao Sol, tratando-se de um fenômeno que acontece durante dezenas de milhares de anos cada e é conhecido como ciclos de Milankovitch. Mesmo assim, a colisão de asteroides teve seu efeito, mas provavelmente o oposto do previsto em um estudo de 2019.
"Em vez de provocar um aumento na biodiversidade, a poeira cósmica da explosão do asteroide agiu talvez como um travão temporário na evolução das espécies. A poeira bloqueou a luz solar, o que prejudicou a maior parte dos processos fotossintéticos, e as condições de vida dos animais em geral, como resultado", teorizou Jan Rasmussen.
"[…] Nós […] descobrimos uma peça importante do quebra-cabeça acerca de como o clima afeta a biodiversidade e a vida na Terra em geral. Este conhecimento nos permitirá prevenir melhor a perda da diversidade de animais e plantas no futuro", apontou ele.
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