Cientistas determinam profundidade da Grande Mancha Vermelha e de ciclones em Júpiter (FOTOS)

© AP Photo / NASA, ESA, STScI, A. Simon, M.Planeta Júpiter e, à esquerda, sua lua Europa
Planeta Júpiter e, à esquerda, sua lua Europa - Sputnik Brasil, 1920, 29.10.2021
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Novas descobertas da sonda Juno da NASA, que se encontra em órbita de Júpiter, proporcionam um quadro mais completo das características atmosféricas distintas do planeta e dão pistas sobre os processos invisíveis que ocorrem abaixo de suas nuvens.
Os resultados destacam o funcionamento interno dos cinturões e zonas de nuvens que circundam Júpiter, bem como de seus ciclones polares e até mesmo da Grande Mancha Vermelha.
Os resultados mais recentes destas medições foram publicados em uma série de artigos na revista Science, revelando a estrutura tridimensional dos sistemas meteorológicos de Júpiter, incluindo a famosa Mancha Vermelha, uma tempestade suficientemente grande para engolir a Terra inteira.
"Antes, Juno nos surpreendeu com pistas de que os fenômenos na atmosfera de Júpiter seriam mais profundos do que o esperado. Agora, estamos começando a juntar todas as peças, obtendo o nosso primeiro entendimento real de como a bonita e violenta atmosfera de Júpiter funciona em 3D", disse Scott Bolton, pesquisador principal da missão Juno do Instituto de Pesquisa Southwest em San Antonio, EUA.
© Foto / JunoCam Image data: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS; JunoCam Image processing by Kevin M. Gill (CC BY); Earth Image: NASAImagem compara a Grande Mancha Vermelha de Júpiter com o tamanho da Terra
Imagem compara a Grande Mancha Vermelha de Júpiter com o tamanho da Terra    - Sputnik Brasil, 1920, 09.11.2021
Imagem compara a Grande Mancha Vermelha de Júpiter com o tamanho da Terra
O radiômetro de micro-ondas (MWR, na sigla em inglês) de Juno permite que os cientistas da missão observem os topos das nuvens de Júpiter e examinem a estrutura das suas inúmeras tempestades.
Novos resultados mostram que os ciclones são mais quentes no topo, com densidades atmosféricas mais baixas, sendo mais frios na parte inferior, com densidades mais elevadas. Os anticiclones que giram na direção oposta são mais frios na parte superior, mas mais quentes na parte inferior.
Os resultados também indicam que essas tempestades são muito mais profundas do que o esperado, com algumas se estendendo por 100 km abaixo do topo das nuvens, incluindo a Grande Mancha Vermelha, que se estende por pelo menos 300 km de profundidade, talvez chegando aos 500 km.
Esta descoberta surpreendente demonstra que os vórtices cobrem regiões além daquelas onde a água se condensa e as nuvens se formam, abaixo da profundidade onde a luz solar aquece a atmosfera.
© Foto / Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/NASA/ESA, M.H. Wong and I. de Pater (UC Berkeley) et al.Júpiter (da esquerda para a direita) em luz infravermelha e visível, em fotos obtidas pelos telescópios Gemini North e Hubble
Júpiter (da esquerda para a direita) em luz infravermelha e visível, em fotos obtidas pelos telescópios Gemini North e Hubble - Sputnik Brasil, 1920, 09.11.2021
Júpiter (da esquerda para a direita) em luz infravermelha e visível, em fotos obtidas pelos telescópios Gemini North e Hubble
Além de ciclones e anticiclones, Júpiter é conhecido por seus cinturões distintivos e zonas de faixas brancas e avermelhadas de nuvens, que envolvem o planeta. Fortes ventos de leste para oeste se movem em direções opostas, separando as faixas. Anteriormente Juno havia descoberto que estes ventos, ou correntes de jato, atingem profundidades de aproximadamente 3.200 quilômetros.
Anteriormente Juno descobriu padrões poligonais de tempestades ciclônicas gigantes em ambos os polos, oito organizados em um padrão octogonal no Norte e cinco em um padrão pentagonal no Sul. Agora, vários anos mais tarde, os cientistas da missão, usando observações do instrumento JIRAM (Mapeador Auroral Infravermelho Joviano) determinaram que esses fenômenos atmosféricos são extremamente resistentes e persistentes.
"Os ciclones de Júpiter afetam o movimento uns dos outros, fazendo-os oscilar em torno de uma posição de equilíbrio. O comportamento dessas oscilações lentas sugere que elas têm raízes profundas", disse Alessandro Mura pesquisador da missão Juno do Instituto Nacional de Astrofísica em Roma e autor principal de um dos estudos.
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