Pandemia e política ambiental lançam novo superciclo de matérias-primas, dizem especialistas

© Sputnik / Aleksei DanichevPlataforma de perfuração de petróleo e de queima de gás da empresa petrolífera Gazprom Neft na Rússia
Plataforma de perfuração de petróleo e de queima de gás da empresa petrolífera Gazprom Neft na Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 09.10.2021
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Vários especialistas anunciam o início de um novo superciclo de matérias-primas, um período de vários anos definido pelo aumento de preços de tais bens.
A diminuição da oferta de matérias-primas e o aumento de seus preços deu início a um novo superciclo de matérias-primas que, de acordo com a previsão desta semana de especialistas do Saxo Bank, durará dez anos.
"Estamos atualmente enfrentando uma crise de abastecimento em meio a uma pandemia, subinvestimento no mundo físico e aceleração da descarbonização [...] Essas forças estão exercendo uma tremenda pressão sobre os preços das commodities e estão preparando o terreno para um superciclo de matérias-primas de uma década", disse Peter Garnry, estrategista de equidade do Saxo Bank.
Contudo, o Saxo Bank não foi a primeira entidade a falar sobre um novo superciclo. Em fevereiro de 2021, analistas da companhia norte-americana JP Morgan fizeram uma previsão semelhante. 
A primeira razão para explicar que tal evento aconteça é a recuperação econômica da China e dos mercados emergentes gerais. A segunda, é o enfraquecimento do dólar norte-americano, devido aos programas de apoio econômico em larga escala lançados dentro dos EUA.
© REUTERS / David W. CernyTorre de resfriamento da usina elétrica a carvão Turow é vista perto da mina de carvão a céu aberto de Turow, operada pela empresa PGE em Bogatynia, Polônia, 15 de junho de 2021
Torre de resfriamento da usina elétrica a carvão Turow é vista perto da mina de carvão a céu aberto de Turow, operada pela empresa PGE em Bogatynia, Polônia, 15 de junho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 09.11.2021
Torre de resfriamento da usina elétrica a carvão Turow é vista perto da mina de carvão a céu aberto de Turow, operada pela empresa PGE em Bogatynia, Polônia, 15 de junho de 2021
De acordo com o analista da JP Morgan, Marko Kolanovic, em 2008, após 12 anos de expansão, o último superciclo havia atingido o seu auge. Contudo, nesse ano se iniciou a crise financeira global, o que provocou uma desaceleração do crescimento econômico na Europa e na China, e levou a uma queda nos preços das matérias-primas. Como resultado, o superciclo entrou em uma fase de recessão de outros 12 anos que terminou, por fim, em 2020.
"A última etapa do último superciclo foi marcada pelas guerras comerciais, a subsequente recessão mundial na produção, e pelas consequências catastróficas de uma pandemia que, pela primeira vez na história, fez com que os preços do petróleo caíssem na zona de valor negativo. Agora, provavelmente, entramos na fase de desenvolvimento de um novo superciclo de matérias-primas", disse Kolanovic.
Na sua opinião, as causas do novo superciclo serão a recuperação econômica pós-pandemia, o enfraquecimento do dólar, a alta inflação, e "as consequências involuntárias da política ambiental, que entrarão em conflito com as restrições físicas associadas ao consumo e à produção de energia".
© Folhapress / Zanone FraissatProtesto contra as tarifas abusivas de energia elétrica na agência da ENEL Distribuição São Paulo
Protesto contra as tarifas abusivas de energia elétrica na agência da ENEL Distribuição São Paulo - Sputnik Brasil, 1920, 09.11.2021
Protesto contra as tarifas abusivas de energia elétrica na agência da ENEL Distribuição São Paulo
Agora, os analistas do Saxo Bank apontam a "transformação verde" como a principal razão para o início de um novo superciclo de matérias-primas. 
"Os custos de capital nos setores de mineração e energia são baixos pelos padrões históricos, e os países desenvolvidos estão acelerando a descarbonização, com um foco excessivo na governança ambiental, social e corporativa, impulsionando os custos para as empresas", enfatiza Garnry.
Steen Jacobsen, economista-chefe e diretor de investimentos do Saxo Bank, chama a "transformação verde" o maior erro de cálculo político da história, cujas principais consequências serão a inflação e o fraco crescimento econômico real.
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