Escassez de energia na China poderia ter consequências em todo o mundo, diz WSJ

© AP Photo / Andy WongChaminé de usina a carvão no seu último dia de operação, conforme a capital da China realiza transição para energia limpa. Pequim, 28 de fevereiro de 2017 (foto de arquivo)
Chaminé de usina a carvão no seu último dia de operação, conforme a capital da China realiza transição para energia limpa. Pequim, 28 de fevereiro de 2017 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 01.10.2021
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A China está enfrentando uma crise elétrica sem precedentes, após a adoção de uma política de descarbonização gradual da energia, o aumento dos preços do gás e a escassez de gás natural liquefeito (GNL).
Enquanto Pequim tenta lidar com a escassez de eletricidade em suas redes, o resto do mundo pode sentir as consequências econômicas dessa situação, aponta The Wall Street Journal, com base nas informações prestadas por empresários e economistas sobre os efeitos iniciais.
Após o surgimento dos primeiros sinais de escassez e dos primeiros apagões, o governo chinês começou por racionar o uso de eletricidade pelos fabricantes, exigindo que eles cumprissem metas mais altas de eficiência energética. Como resultado, algumas fábricas tiveram que reduzir suas semanas de trabalho para um ou dois dias, enquanto outras foram obrigadas a interromper sua produção por semanas inteiras.
Muitas empresas no mundo dependem em até 80% de produtos fabricados pelo gigante asiático, e estas limitações fizeram com que muitos fabricantes não só reduzissem sua produção, como também se vissem forçados a adiar as entregas de encomendas.
A mídia norte-americana, contudo, previu outro efeito dos esforços de Pequim em lidar com a insuficiência de energia - o aumento dos preços na extração de suas matérias primas.

Escassez de energia - causas e consequências

Vários fatores contribuíram para o surgimento de falhas de energia elétrica sem precedentes na China. A economia nacional começou a exigir maior produção de energia após o controle da pandemia, enquanto a indústria do carvão chinesa registrava uma queda em meio a incidentes nas minas, e ao mesmo tempo que o governo reduzia as importações de outros países. 
De igual modo, as usinas elétricas a carvão cortaram na geração de energia devido à imposição de limites nos preços de venda de eletricidade em Pequim, em meio ao aumento dos preços do próprio carvão.
O governo chinês tem o objetivo declarado de atingir o pico e começas a baixar as emissões de carbono antes de 2030, pelo que a transição de sua economia para um caminho mais ecológico só contribuiu para o problema. 
A incapacidade de contrabalançar a escassez de produção de energia com carvão obrigou o gigante asiático a aumentar sua procura por gás natural liquefeito. Já em setembro, a China conseguiu comprar uma parcela significativa dos estoques globais de GNL, provocando sua carência na Europa, o que acabou por contribuir para o aumento dos preços locais para níveis recordes.
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