Erdogan revela por que Ancara comprou sistemas russos S-400 em vez dos Patriot americanos

© Sputnik / Kremlin / Vladimir SmirnovPresidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e presidente russo, Vladimir Putin, durante o encontro em Sochi, Rússia, 29 de setembro de 2021
Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e presidente russo, Vladimir Putin, durante o encontro em Sochi, Rússia, 29 de setembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 30.09.2021
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Ancara não teria que comprar os S-400 da Rússia se "os americanos tivessem vendido à Turquia o sistema de defesa de mísseis Patriot" em vez disso, afirmou o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
"Nós compramos nossas próprias armas", disse Erdogan, falando ao The New York Times às margens da Assembleia Geral da ONU na semana passada.
"Acho que valeu a pena", adicionou o presidente, quando perguntado sobre as tensões resultantes da decisão de Ancara de introduzir o sofisticado armamento produzido pela Rússia no sistema de defesa antiaérea de um Estado da OTAN. "Podemos fortificar nossa defesa da maneira que queremos", sublinhou.
Ele também enfatizou que, apesar das tensões, os laços de Ancara com Washington permanecem fortes e importantes:
"A Turquia tem laços duradouros com os EUA. Isto será reforçado e tem de ser protegido", afirmou.
Nesta quarta-feira (28), o presidente turco se encontrou com seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Sochi, na costa do mar Negro, onde os dois discutiram uma série de assuntos bilaterais. Antes de sua visita, Erdogan prometeu que vai levantar a questão dos sistemas S-400 com Putin. Após a reunião, ele contou aos jornalistas que "o processo [de aquisição] dos S-400 continua" e que "nós não estamos falando de passos atrás".
O governo turco articulou sua intenção de comprar o segundo lote de S-400 da Rússia. Seu primeiro lote, entregue em 2019, criou uma grande crise nas relações de defesa entre os EUA e a Turquia, com os Estados Unidos expulsando Ancara do programa de desenvolvimento de caças F-35, recusando-se a vender ao país esses caças de quinta geração no final de 2020. Washington impôs sanções à presidência das Indústrias de Defesa da Turquia, órgão civil que controla o setor nacional de armamento.
Na segunda-feira (27), Bob Menendez, chefe do Comitê das Relações Exteriores do Senado dos EUA, avisou que Washington vai impor novas sanções à Turquia se o país adquirir S-400 adicionais.
"Sanções são obrigatórias para qualquer entidade que faça negócios significativos com os setores militares ou dos serviços especiais russos. Novas compras pela Turquia implicam novas sanções", ressaltou.
Além da Turquia, os EUA já aplicaram sanções ao abrigo do Ato Contra Adversários da América Através de Sanções (CAATSA, na sigla em inglês) contra a China e ameaçaram visar a Índia, que também tem um acordo de compra de sistemas S-400 com Moscou no valor total de US$ 5,5 bilhões (R$ 30,63 bilhões). Nova Deli deverá receber seu primeiro lote em novembro.
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