Afeganistão pode se tornar viveiro do terrorismo após retirada de tropas da OTAN, diz Merkel

© REUTERS / MICHELE TANTUSSIChanceler alemã Angela Merkel durante discurso sobre situação no Afeganistão no Bundestag, Alemanha, 25 de agosto de 2021
Chanceler alemã Angela Merkel durante discurso sobre situação no Afeganistão no Bundestag, Alemanha, 25 de agosto de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 25.08.2021
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Afeganistão pode se transformar em um viveiro do terrorismo após a retirada das tropas da Aliança Atlântica, e isso deve ser contrariado, disse a chanceler alemã Angela Merkel em seu discurso no Bundestag na quarta-feira (25).

"Nós atingimos o objetivo estabelecido em 2001, no início da missão. Desde então, não houve mais ataques terroristas internacionais a partir do Afeganistão. Isso foi uma contribuição real para a segurança de nosso país, é um mérito de nossos soldados", afirmou a chanceler.

"Mas não devemos fechar os olhos para o fato de que, com a retirada das tropas aliadas, o Afeganistão pode de novo se tornar um viveiro da ameaça do terrorismo internacional, isso deve ser evitado", disse.

Os contatos com o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), que tomou o poder na República Islâmica, vão ser acordados com os parceiros internacionais, a questão foi discutida no encontro com o presidente russo Vladimir Putin e o diálogo deve continuar, adicionou Angela Merkel.

"A nova realidade é amarga, mas devemos lidar com ela. Nosso objetivo deve ser a manutenção do maior número possível das mudanças que ocorreram no Afeganistão nos últimos 20 anos. Sobre isso a comunidade internacional deve falar inclusive com o Talibã, não pode e não deve haver acordos incondicionais", segundo suas palavras.

"Para todos nós é claro: isso será difícil, mas devemos tentar [...] Vamos coordenar de perto nossas ações com os parceiros europeus e internacionais. As consultas na UE, OTAN e G7 já começaram, eu também discuti isso com o presidente russo [Vladimir] Putin, esse diálogo deve continuar."

O governo da Alemanha determinou no dia 18 de agosto o envio ao Bundestag de um pedido para confirmar o mandado da missão militar das forças alemãs para evacuação dos cidadãos alemães e funcionários locais do Afeganistão. A transferência dos militares se iniciou em 16 de agosto, até 600 soldados da Bundeswehr poderão ser engajados na operação, declarou o gabinete de ministros da Alemanha. Para analisar o mandato, o parlamento alemão realizou hoje (25) uma sessão extraordinária, interrompendo as férias.

A chanceler confirmou que o fechamento da ponte aérea com Cabul em alguns dias não significa que os esforços de evacuação das pessoas terminarão. Ela também adicionou que o país pretende trabalhar em prol da "criação de vias através das quais nós possamos no futuro continuar protegendo quem nos ajudou".

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