Chefe da CIA teve encontro secreto com líder do Talibã em Cabul, relata mídia

© AFP 2023 / AL DRAGODiretor da CIA, William Burns, durante sessão do Comitê de Inteligência sobre ameaças mundiais, Capitólio, Washington DC, 15 de abril de 2021
Diretor da CIA, William Burns, durante sessão do Comitê de Inteligência sobre ameaças mundiais, Capitólio, Washington DC, 15 de abril de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 24.08.2021
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O diretor da CIA, William J. Burns, realizou uma reunião secreta com o líder dos talibãs Abdul Ghani Baradar na capital afegã nesta segunda-feira (23), relatou o The Washington Post, citando funcionários americanos.

De acordo com o jornal, foram as negociações face a face de mais alto nível entre o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) e a administração Biden.

A mídia escreve que a CIA se recusou a fazer comentários sobre o assunto, mas indica que o encontro alegadamente esteve focado no iminente prazo limite para os militares dos EUA evacuarem os cidadãos americanos e afegãos que colaboraram com forças dos Estados Unidos e da OTAN.

Abdul Ghani Baradar, amigo próximo do ex-líder do Talibã Muhammad Omar, foi o principal negociador do grupo nas negociações de paz com os Estados Unidos desde sua liberação da prisão no Paquistão em 2018.

Essas negociações resultaram no acordo com a administração Trump sobre a retirada de tropas americanas do Afeganistão. Acredita-se que Baradar tem uma influência significativa sobre o Talibã. Ele combateu contra o Exército soviético nos anos 1980 e foi governador de várias províncias nos anos 1990, quanto o grupo militante governava o Afeganistão.

A informação surgiu em meio aos esforços desesperados dos EUA e de seus aliados na Aliança Atlântica de evacuar afegãos. Os líderes do G7 têm pressionado o presidente Joe Biden para que ele adie a retirada das tropas do Afeganistão para além do prazo de 31 de agosto acordado com o movimento.

Recentemente, o Talibã advertiu contra um eventual atraso da saída das tropas americanas, prometendo "consequências" em caso de violação do acordo.

Apesar da firme oposição do grupo, o presidente Joe Biden disse que as tropas americanas podem ficar no Afeganistão além do prazo, a fim de apoiar a evacuação de cidadãos americanos e afegãos. No entanto, ele avisou que o processo será "duro e doloroso" e não "sem risco de perdas".

"Não se enganem: esta missão de evacuação é perigosa. Ela envolve riscos para nossas forças armadas e está sendo conduzida sob circunstâncias difíceis. Não posso prometer qual será o resultado final", disse o democrata no final de semana passado.

Na segunda-feira (23), antes de ser conhecida a informação sobre o encontro secreto, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, foi questionado sobre a razão pela qual altos funcionários dos EUA não tinham se engajado com Baradar, levando em consideração a situação no Afeganistão.

Ele respondeu que "nossas discussões com o Talibã têm sido operacionais, táticas, elas têm se focado principalmente em nossas operações e metas de curto prazo [...] o que está acontecendo agora no aeroporto [...] é nisso que estamos focados no momento".

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