Quais moedas podem colapsar por causa da pandemia? Especialistas apontam

© Foto / Pixabay/PublicDomainPicturesCédulas de euro, libra e dólar
Cédulas de euro, libra e dólar  - Sputnik Brasil, 1920, 23.08.2021
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As novas estirpes do novo coronavírus no mundo tornaram vários países propensos a implementar restrições que afetam diretamente suas economias, sendo que as consequências são refletidas na economia global.

Desse jeito, vários analistas previram o possível colapso de algumas moedas e o fortalecimento de outras em meio à crise econômica.

O analista Vladimir Grigoriev acredita que, caso ocorra outra crise semelhante à da COVID-19, ela afetará todas as moedas, independentemente de sua força no mercado.

Segundo o especialista, a situação econômica atual não é assim tão perigosa no campo monetário, e isso se deve, em grande parte, ao fato de que o declínio do PIB (Produto Interno Bruto) global em 2020 ocorreu antes das restrições relacionadas com a propagação do coronavírus. Assim, a contração da demanda econômica e a subsequente recuperação foram controladas pelos reguladores.

Grigoriev apontou que os países desenvolvidos conseguem impedir uma deterioração mais grave e evitar crises sociopolíticas. Assim, tanto o dólar como o euro poderão ficar algo debilitados, mas manterão suas posições.

© Sputnik / Maksim Blinov / Acessar o banco de imagensEm meio à variação do dólar no mundo, tabela com câmbio de moedas em Moscou mostra o valor da moeda americana e do euro
Quais moedas podem colapsar por causa da pandemia? Especialistas apontam - Sputnik Brasil, 1920, 23.08.2021
Em meio à variação do dólar no mundo, tabela com câmbio de moedas em Moscou mostra o valor da moeda americana e do euro
Já o analista Aleksandr Osin, por sua vez, sugere que o dólar, enquanto principal moeda de reserva mundial, tem mais possibilidade de manter seu poder, apesar de os problemas da dívida poderem o afetar. Contudo, o euro poderá ter maior probabilidade de fracassar devido à heterogeneidade econômica da zona do euro, bem como à política demasiado branda dos reguladores.

"Isto leva sempre a um enfraquecimento do euro em relação ao dólar e, indiretamente, a um aumento da demanda por investimentos 'protetores'", comentou o especialista.

As mais fracas e as mais fortes

De acordo com Grigoryev, as moedas dos países emergentes têm sido as mais demandadas nos últimos trimestres, o que significa que elas sofrem ainda mais com a crise econômica. Por seu lado, Aleksandr Osin sugere que a estabilidade das moedas-base será mantida por aquelas cujos Estados emissores seguem uma política regulatória que visa reduzir os riscos de inflação no longo prazo.

Além disso, ele acredita que os Estados que reforçaram seriamente seus passivos externos durante a crise são os que estão em risco, pelo que aponta que se esses países não reduzirem sua dívida até o momento em que os EUA fornecerem dinheiro, aumentando as taxas de juros, suas moedas poderão entrar em colapso.

As economias mais afetadas pela situação global atual são as economias pós-soviéticas, assim como outras economias emergentes, tais como a Turquia e o Vietnã. Contudo, o especialista sugere que existem algumas moedas que se beneficiaram com a crise do coronavírus.

© Sputnik / Aleksei Nikolsky / Acessar o banco de imagensPresidente Jair Bolsonaro durante a 12ª Cúpula do BRICS
Quais moedas podem colapsar por causa da pandemia? Especialistas apontam - Sputnik Brasil, 1920, 23.08.2021
Presidente Jair Bolsonaro durante a 12ª Cúpula do BRICS
"Nos últimos 12 meses, entre as moedas do BRICS, o rand sul-africano teve a maior valorização em relação ao dólar americano, com crescimento de 21%. O yuan cresceu 10%, o real brasileiro e a rupia indiana ganharam 3% cada um", informou Aleksandr Osin, prevendo que as moedas de Taiwan, Hong Kong e África do Sul também poderiam se fortalecer.

Analistas consultados pela agência Prime concluíram que a situação econômica presente resultará, inevitavelmente, em uma redução na demanda por petróleo nos próximos meses, e isso afetará muitas moedas. Além disso, são esperadas mudanças na política de crédito do Federal Reserve até o final de 2021 e do Banco Central Europeu até o primeiro semestre de 2022.

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