Tropas dos EUA podem permanecer no Afeganistão além de agosto, diz Biden

© REUTERS / Elizabeth FrantzU.S. President Joe Biden delivers remarks on the coronavirus disease (COVID-19) response and vaccination program during a speech in the East Room at the White House in Washington, U.S., August 18, 2021.
U.S. President Joe Biden delivers remarks on the coronavirus disease (COVID-19) response and  vaccination program during a speech in the East Room at the White House in Washington, U.S., August 18, 2021. - Sputnik Brasil, 1920, 19.08.2021
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O presidente norte-americano declarou que o "caos" que se instalou no Afeganistão em meio à retirada das tropas dos EUA era inevitável, e que o Talibã não mudou.

As tropas norte-americanas poderão permanecer no Afeganistão além do prazo de evacuação de 31 de agosto, anunciou na quarta-feira (18) Joe Biden, presidente dos EUA, em entrevista à emissora ABC News.

"Se restarem cidadãos americanos, vamos ficar até tirá-los todos de lá", afirmou ele, acrescentando que o Talibã (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países) está por enquanto cooperando na evacuação de cidadãos dos EUA, mas que está havendo "mais algumas dificuldades" na evacuação de cidadãos do Afeganistão alinhados com os EUA.

Biden tem recebido fortes críticas pela forma como foi realizada a retirada militar do Afeganistão, com caos dentro e fora do aeroporto de Cabul, em que pessoas procuram desesperadamente sair do país. No entanto, o chefe do Executivo norte-americano crê que os problemas eram inevitáveis.

"A ideia de que, de alguma forma, há uma maneira de ter saído sem que o caos se instalasse, eu não sei como isso acontece", respondeu.

O presidente dos EUA não acredita que o Talibã tenha mudado.

"Não. Eu penso, deixe-me colocar a questão desta forma: eu acho que eles estão passando por uma espécie de crise existencial sobre se querem ser reconhecidos pela comunidade internacional como sendo um governo legítimo. Não tenho certeza se eles querem", teorizou.

George Stephanopoulos, entrevistador de Biden, deu sua opinião sobre o assunto.

"Eles [Talibãs] se preocupam mais com suas crenças", afirmou.

"Bem, eles se importam, mas também se preocupam se têm comida para comer, se têm uma renda que possa fazer algum dinheiro, e administrar uma economia. Eles se importam se podem ou não manter unida a sociedade com a qual de fato dizem se importar tanto", apontou Biden, e que "não contava com nada disso".

Lloyd Austin, secretário de Defesa dos EUA, por sua vez, explicou que a administração norte-americana está realizando os esforços que pode, mas que não são suficientes.

"Vamos fazer tudo o que pudermos para continuar tentando baixar o conflito e criar passagens para que eles cheguem ao aeródromo. Eu não tenho a capacidade de sair e estender as operações atualmente para Cabul", disse, referindo que "não houve interações hostis com o Talibã, e nossas linhas de comunicação com os comandantes do Talibã permanecem abertas".

"É óbvio que não estamos perto de onde queremos estar em termos de números", admitiu Austin.

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