'Retrocesso para privacidade': chefe do WhatsApp critica Apple por escanear fotos de usuários

© AP Photo / Ng Han GuanMulher passando por logotipo vermelho da Apple em Pequim, China
Mulher passando por logotipo vermelho da Apple em Pequim, China - Sputnik Brasil, 1920, 09.08.2021
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Recentemente, a Apple anunciou que pretende adotar uma nova tecnologia para detectar todo o conteúdo ligado ao abuso sexual de menores. A iniciativa foi criticada pelo chefe do WhatsApp, entre outros.

O chefe do WhatsApp, Will Cathcart, ficou "preocupado" com o novo plano da Apple de escanear as fotos dos usuários de iPhone, como parte da luta contra o abuso sexual de menores. A iniciativa recebeu muitas críticas por parte de diferentes ativistas.

"Acredito que é uma abordagem errada e um retrocesso para a privacidade de pessoas em todo o mundo. As pessoas perguntam se vamos adotar esse sistema para o WhatsApp. A resposta é não", escreveu Cathcart no Twitter.

Nesse contexto, o chefe do WhatsApp destacou que materiais relacionados com o abuso sexual de crianças são "repugnantes" e indicou que o aplicativo de mensagens "reportou mais de 400.000 casos" ao Centro Nacional para Menores Desaparecidos e Explorados dos EUA (NCMEC, na sigla em inglês), através de "medidas apropriadas" como facilitar o procedimento de comunicação do conteúdo proibido.

Enquanto isso, a abordagem da Apple "introduz algo muito preocupante para o mundo", afirma Cathcart, uma vez que o software criado pela empresa dirigida por Tim Cook escaneia imagens privadas, inclusive imagens que não foram enviadas. Isso "não é privacidade", frisa Cathcart.

Apple há muito tempo precisa fazer mais para combater CSAM [sigla em inglês para Material de Abuso Sexual Infantil], mas a abordagem que está adotando introduz algo muito preocupante para o mundo.

O chefe do WhatsApp destaca ainda que as pessoas possuem computadores há décadas, mas o conteúdo privado nunca foi escaneado antes. O sistema criado pela Apple poderia ser usado para escanear qualquer conteúdo que o governo queira controlar, adverte.

Cathcart conclui questionando o que pode acontecer se softwares espiões conseguirem quebrar o código da Apple: "O que acontece se alguém descobrir como explorar esse novo sistema?".

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