Talibã decapita intérprete afegão que trabalhou com forças dos EUA, diz mídia norte-americana

© AFP 2023 / Banaras KhanHomem no lado afegão da fronteira segura uma bandeira do Talibã, no Afeganistão
Homem no lado afegão da fronteira segura uma bandeira do Talibã, no Afeganistão - Sputnik Brasil, 1920, 25.07.2021
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A emissora norte-americana CNN escreveu que um intérprete do Afeganistão sofreu ameaças de morte por militantes do Talibã dias antes de seu assassinato.

Após ser atacado fora de Cabul, Afeganistão, um antigo tradutor local para as Forças Armadas dos EUA foi decapitado pelos militantes do Talibã (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países), e sua brutal morte desencadeou novos temores entre os tradutores, que temem ataques enquanto os militares da coalizão ocidental se retiram do Afeganistão, informou no sábado (24) a emissora CNN.

Citando os membros da família do falecido, a emissora disse que enquanto tentava fugir de um bloqueio de estrada do Talibã em uma estrada em Khost, Afeganistão, o veículo de Sohail Pardis foi baleado, levando-o a desviar e parar. Pardis foi arrancado de seu automóvel, espancado, baleado, e depois decapitado.

Segundo o relato, Pardis, de 30 anos, disse a seu amigo poucos dias antes que estava recebendo ameaças de morte do Talibã, depois que eles descobriram que ele havia ajudado o Exército dos EUA durante sua campanha no país.

"Eles estavam dizendo a ele que você é um espião para os norte-americanos, você é os olhos dos norte-americanos, infiel, nós vamos matá-lo e matar sua família", disse um amigo e colega de trabalho citado no relatório.

Pardis teria falhado os testes de detecção de mentiras. Segundo relatos da mídia, centenas de tradutores afegãos que falharam no detector de mentiras de empresas terceiras disseram que não conseguiam entender as perguntas, e que não eram confiáveis. Por causa disso, seus contratos foram supostamente rescindidos por "causa injusta", ao mesmo tempo que a administração dos EUA declarou que os casos não seriam revistos.

Em junho, o Talibã disse em uma declaração que não puniria as pessoas que tivessem colaborado com as forças ocidentais. A CNN citou um porta-voz do grupo afirmando que ele estava tentando verificar os detalhes do incidente, mas que alguns casos não são o que parecem ser.

No total, cerca de 18.000 afegãos que colaboraram com os EUA solicitaram um Visto de Imigração Especial (SIV, na sigla em inglês), lhes permitindo entrar no país. Pelo menos sete ex-tradutores da coalizão ocidental morreram este ano, elevando o número total de ex-tradutores mortos para mais de 350 desde 2014.

Em meio à saída das tropas da OTAN e dos EUA do Afeganistão, o país norte-americano iniciou um plano para realocar fora do país asiático os intérpretes e tradutores afegãos que trabalharam com os EUA, e cujas vidas estão agora em perigo.

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