Ex-cônsul equatoriano teme que Assange nunca venha a celebrar seu aniversário em liberdade

© AP Photo / Matt DunhamApoiadores do fundador do WikiLeaks Julian Assange participam de um protesto em Londres para apoiá-lo em uma audiência administrativa para seu caso de extradição, em 26 de novembro de 2020
Apoiadores do fundador do WikiLeaks Julian Assange participam de um protesto em Londres para apoiá-lo em uma audiência administrativa para seu caso de extradição, em 26 de novembro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 02.07.2021
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Fidel Narvaez, ex-cônsul do Equador e principal contato de Julian Assange durante seu refúgio na embaixada equatoriana no Reino Unido, contou à Sputnik que teme que o fundador do portal WikiLeaks nunca venha a celebrar seu aniversário em liberdade.

Assange está prestes a celebrar seu 50º aniversário neste sábado (3) em uma prisão britânica. Vários apoiadores têm falado sobre organizarem manifestações a favor de sua libertação, uma vez que ele poderá enfrentar 175 anos de confinamento solitário, caso seja extraditado para os EUA. 

"Há exatamente dez anos foi o 40º aniversário de Julian Assange. Ele tem passado dez aniversários trancado ou na minha embaixada ou em uma prisão de alta segurança. O provável é que ele nunca venha a celebrar seu aniversário em liberdade de novo, caso seja extraditado, o que seria um jeito horrível de celebrar seu 50º aniversário," comentou Narvaez.

O ex-cônsul tem certeza que Assange, atualmente detido na prisão de alta segurança de Belmarsh desde 2019, é, de fato, um prisioneiro político.

"A demora para encerrar este processo vergonhoso é muito preocupante, pois cada dia que passa é um dia de risco para a saúde e para a vida de Julian, e mais um dia de prisão injusta de quem não cumpre pena e não deve nada à justiça. Um prisioneiro político em todos os sentidos da palavra", disse Narvaez.

Conforme conta o diplomata, o caso do fundador do WikiLeaks não depende de uma certa administração ou partido dos EUA, mas dos círculos militares do país que, segundo suas palavras, se querem vingar de Assange por este ter compartilhado com o mundo informação secreta.

"Nos EUA é indiferente quem está no poder, porque o verdadeiro poder não está na Casa Branca, mas no complexo militar-industrial que busca vingança de Julian, porque foi ele quem mais os [EUA] humilhou ao revelar seus crimes de guerra" afirmou Narvaez, acabando por mencionar que nunca pensou que todo esse processo fosse durar mais de uma década. 

Washington tem tentado deter Assange desde que este publicou milhares de ficheiros secretos com informação classificada sobre as operações militares dos EUA no Afeganistão e no Iraque. 

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