Alemanha não confirma se segue cooperando com inteligência da Dinamarca após relatos de espionagem

© AP Photo / Michael SohnBandeira da Alemanha no Bundestag, o Parlamento federal alemão, em 19 de maio de 2021
Bandeira da Alemanha no Bundestag, o Parlamento federal alemão, em 19 de maio de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 31.05.2021
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O governo alemão não está pronto para confirmar se vai continuar cooperando com agências de inteligência dinamarquesas depois de recentes relatos sobre espionagem contra políticos da UE.

Conforme anunciou o porta-voz do governo federal da Alemanha, Steffen Seibert, durante a coletiva de imprensa nesta segunda-feira (31), o gabinete "tomou nota do relatório e está em contato com todas as entidades relevantes nacionais e internacionais para esclarecimento".

"Por uma questão de princípio, e vocês já sabem disso, gostaria de pedir que entendam que o governo federal não comenta abertamente questões relativas às atividades de inteligência", acrescentou Seibert.

A emissora estatal dinamarquesa Danmarks Radio revelou no domingo (30) que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) cooperou com o Serviço de Informação de Defesa Dinamarquês para espionar políticos de alto escalão da Suécia, Noruega e França de 2012 a 2014, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel.

A ministra da Defesa da Dinamarca, Trine Bramsen, disse que Copenhague não vai comentar "especulações de mídias" sobre a alegada espionagem.

"A posição do governo dinamarquês é clara: ataques sistemáticos a nossos aliados próximos são inaceitáveis. Isso é um princípio estabelecido seguido pelas autoridade da Dinamarca", adicionou a ministra.

Contudo, a notícia provocou reações fortes nos países europeus. Ante os relatos da mídia, o ministro da Defesa da Suécia, Peter Hultqvist, exigiu "ser completamente informado sobre questões relativas a cidadãos, empresas e interesses suecos".

"Depois temos que ver como é a resposta do lado político na Dinamarca", disse à emissora sueca SVT.

Além disso, o deputado sueco Jens Holm pediu que os nomes de políticos alegadamente espionados sejam revelados pela mídia: "Necessitamos de saber quem exatamente foi monitorado, quando e como. Isso é extremamente revoltante", disse Holm, adicionando que a situação evoca memórias da Guerra Fria.

Entretanto, o ministro da Defesa da Noruega, Frank Bakke-Jensen, afirmou que Oslo leva as alegações a sério.

Já o ministro encarregado dos Assuntos Europeus da França, Clement Beaune, em entrevista à rádio France Info, se mostrou preocupado caso se prove que os relatos são verdadeiros.

"É extremamente sério, precisamos ver se nossos parceiros na UE, os dinamarqueses, cometeram erros ou falhas em sua cooperação com serviços americanos", disse.

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