Justiça do Canadá decide que abate do voo ucraniano pelo Irã é ato terrorista intencional, Irã nega

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Local da queda do Boeing 737 do voo PS752 Teerã-Kiev nos arredores do Aeroporto Internacional Imã Khomeini na capital iraniana, Teerã - Sputnik Brasil, 1920, 21.05.2021
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Tribunal canadense determinou que o voo 752 foi abatido no ano passado pelo Irã propositadamente, dado que sabiam que o avião era civil. A decisão permite que as famílias no Canadá solicitem indenização do Irã.

O abate do avião que fazia o voo 752 da companhia aérea ucraniana Ukraine International Airlines em 8 de janeiro de 2020 pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) foi um ato de terrorismo, determinou o Supremo Tribunal de Ontário na quinta-feira (20).

O juiz Edward Belobaba encontrou "na base de probabilidades que os ataques de mísseis ao voo 752 foram intencionais", citou a mídia Global News.

"Os queixosos estabeleceram que o abate do voo 752 pelos réus foi um ato de terrorismo e constitui 'atividade terrorista'", acrescentou o juiz.

Em sua deliberação, o tribunal contou com dois especialistas. Um deles concluiu que o IRGC sabia que o voo era civil e disparou propositadamente.

O Supremo Tribunal de Ontário realizou o julgamento à revelia contra o Irã em um processo civil levado a cabo por quatro famílias de falecidos que viajavam a bordo do Boeing 737-800. A decisão permite que as famílias no Canadá solicitem indenização do Irã.

Os documentos do tribunal foram entregues ao Irã através do Ministério dos Assuntos Globais do Canadá, mas o país não se defendeu no processo. Entre os réus estão o Irã, o IRGC, as Forças Armadas do Irã e o líder supremo iraniano Ali Khamenei, entre outros.

Na sexta-feira (21), o Irã disse que um tribunal provincial canadense não tem competências para decidir sobre solicitação de indemnização após o abate do voo 752, dado que isso se passou fora do Canadá.

"Todos sabem que o tribunal canadense não tem jurisdição sobre esta queda de avião", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh.

Além disso, ele declarou que a decisão "não é baseada em evidências de testemunhas oculares".

O Boeing 737-800, com destino a Kiev, Ucrânia, caiu logo após a decolagem do aeroporto iraniano de Teerã em 8 de janeiro de 2020. Todos os 176 passageiros e tripulantes morreram. Entre eles estavam cidadãos da Ucrânia, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Suécia e Afeganistão. Das vítimas 55 eram cidadãos canadenses e 30 eram residentes permanentes.

Em 17 de março de 2021, após um ano de investigação, a Agência de Aviação Civil do Irã declarou que um operador "identificou erroneamente" o avião como hostil e disparou os mísseis sem a autorização do comandante.

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