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RJ celebra Dia em Homenagem às Vítimas da COVID-19 de olho em possível nova onda

© REUTERS / PILAR OLIVARESAto em defesa da vacinação contra a COVID-19 no monumento do Cristo Redentor, símbolo do Rio de Janeiro, em 15 de maio de 2021
Ato em defesa da vacinação contra a COVID-19 no monumento do Cristo Redentor, símbolo do Rio de Janeiro, em 15 de maio de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 19.05.2021
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Mais de um ano após o início da pandemia, o Rio de Janeiro celebrou nesta quarta-feira (19) o Dia em Homenagem às Vítimas da COVID-19, sob o temor de uma nova onda do surto.

São pelo menos 48.662 óbitos registrados no território fluminense até o momento, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). E a data, sancionada pelo então governador Wilson Witzel, que sofreu impeachment neste ano, procura lembrar de alguma forma todas essas perdas.

Apesar de ser apenas o sétimo no ranking dos estados em relação ao número de infectados pela COVID-19 (828.283), o Rio é o segundo em números absolutos de mortes, atrás apenas de São Paulo. Tem uma taxa de letalidade de 5,9%, que é muito superior à dos outros estados e à nacional. 

No Brasil, mais de 440 mil pessoas já faleceram em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. O país tem o segundo maior índice de mortes do tipo no mundo e o terceiro maior número de casos, com 15.812.055. 

​De acordo com Marcelo Gomes, pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenador do sistema InfoGripe, em termos de Rio de Janeiro, é preciso relativizar um pouco essa alta taxa de letalidade na comparação com outros estados brasileiros. Isso porque, segundo ele, há uma diferença importante nas atenções dadas a cada tipo de notificação dependendo da unidade da federação em que cada evento ocorre.

"Com respeito à diferença na taxa de letalidade em diferentes estados, a gente tem que ter em mente que esse indicador em si é um produto de vários fatores. Obviamente, o que de fato aconteceu em cada estado, mas também de qual é o esforço de notificação desses eventos em cada estado. E a gente sabe que a gente tem bastante diferença, várias diferenças aí na estratégia de testagem de casos leves, casos assintomáticos, e a busca por uma notificação adequada dos óbitos em cada região do país", afirma o especialista em entrevista à Sputnik Brasil. 

​No Rio em particular, a vigilância epidemiológica, de acordo com o pesquisador, tem um cuidado muito grande no que diz respeito aos óbitos. E, por outro lado, deixa a desejar quando o assunto é notificação de casos. 

"Então, isso pode explicar por que essa letalidade é maior no Rio do que nos outros estados. Porque, justamente, a gente consegue ter uma classificação muito boa dos óbitos, mas, para os casos, principalmente, para casos leves e assintomáticos, a gente não tem essa notificação de maneira tão adequada. Nossa cobertura não é tão adequada, de testagem e confirmação desses casos leves. Isso acaba fazendo com que a gente possa ter uma taxa de letalidade mais alta."

Uma nova onda vem aí?

Enquanto se discute a chegada de uma chamada terceira onda da pandemia no Rio e no Brasil, Gomes destaca que, em muitas partes do país, já é possível vislumbrar uma quarta fase de aceleração e "retomada do crescimento forte" dos índices epidemiológicos. 

"E, aí, a questão de a gente classificar como onda é bastante controversa, porque não existe uma definição clara do que é uma onda no ponto de vista epidemiológico. Mas, se a gente for pensar em um conceito aí leve de onda como simplesmente ter uma fase de crescimento acentuado, muitos locais, na verdade, estão entrando já em uma quarta fase de aceleração e retomada do crescimento forte."

O especialista explica que, assim como aconteceu outras vezes, esse novo crescimento também está diretamente relacionado às medidas de flexibilização amplamente adotadas pelo país de maneira precipitada.

"E isso é uma consequência justamente de a gente ter baixado a guarda e voltado a se expor com mais intensidade, de maneira precoce. Então a gente interrompeu a nossa tendência de queda sem ter conseguido chegar a um patamar de casos que fosse suficientemente baixo para a gente chamar de uma situação segura."

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