EUA poderiam criar 'versão asiática da OTAN', diz especialista chinês

© Foto / Marinha dos EUA / Especialista em Comunicação de Massa da Primeira Classe Jeremy GrahamDestróier de mísseis guiados norte-americano USS John S.McCain, da classe Arleigh Burke, transita pelo mar do Sul da China realizando operação de rotina
Destróier de mísseis guiados norte-americano USS John S.McCain, da classe Arleigh Burke, transita pelo mar do Sul da China realizando operação de rotina - Sputnik Brasil, 1920, 04.05.2021
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Chefe do Instituto de Pesquisa de Competências Globais da Universidade de Shandong, Jia Wenshan, disse à Sputnik que os Estados Unidos podem criar uma versão asiática da OTAN, como já declarou o presidente Biden.

Anteriormente, o presidente dos EUA Joe Biden anunciou os planos de aumentar a presença militar dos Estados Unidos na região do Indo-Pacífico de maneira semelhante à da OTAN na Europa.

"Os Estados Unidos podem certamente criar uma versão asiática da OTAN, se não pudessem o presidente Biden não faria sem ponderar tais declarações durante seu discurso. Visto que ele disse isso, ele teria provavelmente chegado a um acordo com outros países, por exemplo, com a Austrália e o Japão", segundo especialista.

Se a aliança do Indo-Pacífico for modernizada até uma versão asiática da OTAN, provavelmente o número de países participantes também aumentará. O Japão e a Índia, considerando as possíveis reações negativas da Rússia, China e outros países, tentam não fazer grandes declarações sobre isso, afirmou o especialista.

"Em uma próxima etapa Biden poderá expandir a aliança do Indo-Pacífico até uma aliança militar com participação de um número ainda maior de países asiáticos", sugeriu Jia.

É preciso ter em conta que a OTAN no seu tempo teve de se preparar para uma guerra com a União Soviética, por isso, enfrentando uma versão asiática da OTAN, é preciso não permitir que essa aliança realize diferentes possibilidades, inclusive o desencadeamento de uma guerra. Jia destacou que os EUA podem não se limitar a desencadear uma guerra "fria" com a China, mas também se preparar para uma "guerra quente" com a China e outros países.

Além disso, o especialista chinês apresentou as opiniões de outros cientistas, que acreditam que a China, para responder à influência norte-americana, deve reforçar a cooperação e intercâmbio regional na economia, cultura e educação, contribuir para a interação no âmbito da Associação de Nações do Sudeste Asiático, da Organização para Cooperação de Xangai e de outras organizações internacionais asiáticas, bem como apoiar a prosperidade e desenvolvimento da região.

"China é o maior parceiro comercial de muitos países asiáticos, inclusive da Austrália, Índia e Japão, no entanto, como os EUA os afastaram, eles começaram a considerar a China sua ameaça principal. Será uma pena se o desenvolvimento continuar de acordo com a estratégia dos EUA, neste caso o século XXI não apenas não se tornará o século da Ásia, mas também se tornará o século da militarização e dos conflitos que surgirão uns após outros", disse o especialista.

A estratégia proposta por Biden é dirigida contra o conceito de comunidade lançado pela China de destino único da humanidade. Essa estratégia é extremamente não construtiva para o entendimento das tendências de cooperação e desenvolvimento na Ásia, segundo especialista.

"A China deve fazer todo o possível para não transformar a Ásia em uma nova área para ações militares", acrescentou Jia.

Especialista chinês sublinhou que todos já viram a "vitrina de democracia" criada pelos EUA no Oriente Médio e a catástrofe que eles trouxeram à humanidade. Por isso, se os países asiáticos atingirem maior progresso e desenvolvimento, será mais difícil para Washington envolvê-los em uma versão asiática da OTAN, disse Jia Wenshan.

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