Novo modelo holandês revela se há vida em exoplanetas a partir do ciclo do carbono presente

© Foto / Universidade de Warwick / Mark GarlickO exoplaneta HD 209458b transita por sua estrela
O exoplaneta HD 209458b transita por sua estrela - Sputnik Brasil, 1920, 03.05.2021
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A vida prospera a temperaturas estáveis, sendo facilitada na Terra pelo ciclo do carbono. Cientistas holandeses desenvolveram nova técnica para averiguar este elemento essencial nos exoplanetas e assim determinar possibilidade de haver vida.

Uma equipe de cientistas do Instituto Holandês de Pesquisa Espacial (SRON, na sigla em holandês), da Universidade Livre de Amsterdã (VU, na sigla em holandês) e da Universidade de Groningen (RUG, na sigla em holandês) desenvolveu um modelo que prevê se há um ciclo do carbono presente nos exoplanetas, desde que a massa, o tamanho do núcleo e a quantidade de CO2 sejam conhecidos. O estudo foi publicado na revista científica Astronomy & Astrophysics nesta segunda-feira (3).

Na busca pela vida, o CO2 é primordial por causa do efeito amortecedor do ciclo do carbono no aquecimento e resfriamento. Graças a este ciclo, a Terra sempre manteve uma temperatura habitável, enquanto o Sol se tornou 20% mais brilhante nos últimos bilhões de anos.

© REUTERS / RenderareaIlustração artística da superfície do novo exoplaneta Gliese 486 b
Novo modelo holandês revela se há vida em exoplanetas a partir do ciclo do carbono presente - Sputnik Brasil, 1920, 03.05.2021
Ilustração artística da superfície do novo exoplaneta Gliese 486 b

Em busca de vida em planetas fora do nosso Sistema Solar, os astrônomos não podem se dar ao luxo de tirar fotos para ver o que está acontecendo lá fora. Os telescópios atuais ainda estão longe da resolução espacial necessária para isso, pois os exoplanetas são simplesmente muito pequenos e muito distantes.

No entanto, a atmosfera de um planeta imprime uma riqueza de informações no espectro da luz das estrelas que passa por ele. A resolução espectral de nossos telescópios é de fato mais do que suficiente para desvendar isso. Dessa forma, os cientistas podem determinar quais materiais estão presentes nas atmosferas de exoplanetas.

O ciclo do carbono tem uma influência de amortecimento nas mudanças de temperatura porque um planeta absorve mais CO2 quando fica mais quente, levando a um menor efeito estufa. Quando esfria, acontece o contrário. A primeira etapa do ciclo é a meteorização: as rochas reagem com o CO2 e a água da chuva para formar bicarbonato (HCO3). Este é depositado no fundo do mar como rocha sedimentar (CaCO3), enquanto uma pequena parte do carbono se dissolve como um produto residual na água do mar.

As placas tectônicas então transportam a rocha sedimentar para o manto terrestre. Em seguida, os vulcões liberam o CO2 da rocha sedimentar de volta para a atmosfera.

"Não sabemos se existem quaisquer outros planetas com placas tectônicas e um ciclo de carbono", disse o pesquisador do Departamento de Ciência e Engenharia na RUG, Mark Oosterloo, principal autor do artigo. "Em nosso Sistema Solar, a Terra é o único planeta onde encontramos um ciclo do carbono. Esperamos que nosso modelo possa contribuir para a descoberta de um exoplaneta com um ciclo do carbono e, portanto, possivelmente vida", estima o cientista.
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