China pode enviar forças de paz ao Afeganistão após retirada de tropas dos EUA, diz mídia

© AP Photo / Andy WongSoldados do Exército de Libertação Popular (ELP) usando máscaras para se proteger contra a propagação do novo coronavírus marcham durante uma sessão plenária do Congresso Nacional do Povo Chinês (NPC) no Grande Salão do Povo em Pequim, maio 25, 2020.
Soldados do Exército de Libertação Popular (ELP) usando máscaras para se proteger contra a propagação do novo coronavírus marcham durante uma sessão plenária do Congresso Nacional do Povo Chinês (NPC) no Grande Salão do Povo em Pequim, maio 25, 2020.  - Sputnik Brasil, 1920, 16.04.2021
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Com a saída de tropas norte-americanas do Afeganistão, Pequim estaria preocupada com o desenvolvimento de grupos terroristas se houver falta de estabilidade na região, dizem especialistas.

Após anúncio de Joe Biden realizado na quarta-feira (14) sobre a total retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão até 11 de setembro, Pequim pode considerar o envio de uma força de paz ao país se a conjuntura representar uma ameaça para a província chinesa de Xinjiang, que faz fronteira com Cabul, segundo o South China Morning Post.

A retirada pode representar uma ameaça à segurança e à estabilidade do Afeganistão, o que poderia chegar a Xinjiang e atrapalhar os esforços de antiterrorismo da China, segundo a mídia.

Para Sun Qi, especialista em Relações Internacionais da Academia de Ciências Sociais de Xangai, as forças de segurança do governo afegão não são capazes de garantir a segurança no país, e a situação poderia se tornar caótica, fazendo com o que governo chinês envie tropas ao local.

"A situação no Afeganistão pode se tornar ainda mais caótica no futuro. O crime transfronteiriço, o tráfico de drogas e o contrabando de armas podem proliferar. Se a situação de segurança representar uma ameaça significativa, a China pode enviar tropas de manutenção da paz e assistência humanitária para a região, nos termos da Carta das Nações Unidas, para garantir a segurança e os interesses do povo e das empresas chinesas", disse Sun Qi citado pela mídia.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse na quinta-feira (15) que as tropas estrangeiras estacionadas no país deveriam se retirar de "maneira responsável e ordeira" para evitar que as forças terroristas aproveitem o caos.

"Os Estados Unidos são o maior fator externo que afeta a questão afegã. As decisões e ações relevantes dos EUA devem respeitar plenamente a soberania, independência e integridade territorial do Afeganistão, e assumir seriamente a responsabilidade pela manutenção dos resultados da paz e da reconstrução do país!", declarou o porta-voz citado pela mídia.

Para Sun Qi, a retirada das tropas norte-americanas pode ter uma segunda intenção: conter a China. Ao promover o reposicionamento das tropas, os EUA deslocariam sua atenção e seus militares da Ásia Central para região Ásia-Pacífico.

"A retirada do Afeganistão permite que os EUA aumentem sua presença militar na região Ásia-Pacífico e no oceano Índico, com o objetivo de conter a China, e assim, aumentar sua atividade militar no mar do Sul da China", acredita Sun Qi.

© AP Photo / Marco Di LauroHelicóptero militar dos EUA AH1-Huey no aeroporto de Kandahar, Afeganistão (foto de arquivo)
China pode enviar forças de paz ao Afeganistão após retirada de tropas dos EUA, diz mídia - Sputnik Brasil, 1920, 16.04.2021
Helicóptero militar dos EUA AH1-Huey no aeroporto de Kandahar, Afeganistão (foto de arquivo)

Na quarta-feira (14), o presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou que os EUA devem iniciar o cronograma de retirada de suas 2.500 tropas do Afeganistão no dia 1º de maio e terminar o processo em 11 de setembro, na mesma data em que ocorreu o atentado terrorista às Torres Gêmeas em Nova York há 20 anos.

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