Astrônomos descobrem raras estrelas azuis a ponto de explodir em nova região da Via Láctea (FOTO)

© Depositphotos.com / AlexmitRecém descoberta zona da Via Láctea chamada pelos cientistas de esporão de Cepheus
Recém descoberta zona da Via Láctea chamada pelos cientistas de esporão de Cepheus - Sputnik Brasil, 1920, 10.04.2021
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Astrofísicos espanhóis descobriram recentemente uma nova região da Via Láctea e constataram que ela está cheia de estrelas azuis brilhantes e escaldantes que estão prestes a explodir.

Os pesquisadores estavam criando o mapa mais detalhado dos braços espirais pontilhados de estrelas de nossa vizinhança galáctica com o telescópio Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) quando descobriram a região, que chamaram de esporão de Cepheus. A descoberta foi publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Aninhado entre o Braço de Orion – onde está nosso Sistema Solar – e a constelação de Perseu, o esporão é um cinturão entre dois braços espirais preenchido com estrelas enormes três vezes o tamanho do Sol e de cor azul por causa de seu calor escaldante.

Os astrônomos chamam essas estrelas gigantes azuis de estrelas OB devido aos comprimentos de onda de luz predominantemente azuis que emitem. Eles são as estrelas maiores, mais raras, mais quentes e de vida mais curta de toda a galáxia.

© Depositphotos.com / AlexmitO esporão de Cepheus, na Via Láctea, tem estrelas enormes com três vezes o tamanho do Sol e a cor azul é explicada por seu calor escaldante
Astrônomos descobrem raras estrelas azuis a ponto de explodir em nova região da Via Láctea (FOTO) - Sputnik Brasil, 1920, 10.04.2021
O esporão de Cepheus, na Via Láctea, tem estrelas enormes com três vezes o tamanho do Sol e a cor azul é explicada por seu calor escaldante

Segundo os cientistas, as violentas reações nucleares que ocorrem nos corações das estrelas as tornam seis vezes mais quentes que o Sol. E as enormes explosões estelares que as destroem, as supernovas, espalham os elementos pesados essenciais para a vida complexa por toda a galáxia.

"Estrelas OB são raras, em uma galáxia de 400 bilhões de estrelas pode haver menos de 200 mil", disse o coautor do estudo Michelangelo Pantaleoni González, pesquisador do Centro de Astrobiologia (CAB) espanhol a Live Science. Onde houver estrelas azuis, isso significa que são as regiões mais ativas e mais "vivas" da galáxia, de acordo com os pesquisadores.

Usando uma técnica de mapeamento, junto com dados do telescópio Gaia da ESA, a equipe pôde encontrar estrelas em áreas do espaço que se pensava estarem vazias.

"Após meses de trabalho, vimos este belo mapa pela primeira vez", disse Pantaleoni González. "Eu me senti como um explorador da iluminação, traçando os primeiros mapas precisos de nosso mundo – mas agora em outra escala. Eu me senti extremamente humilde e minúsculo vendo o quão vasta é nossa vizinhança estelar", contou.

Os cientistas provaram que a nova região era uma parte do disco galáctico espiral que compreende a maior parte do material de nossa galáxia. Eles também suspeitam que olhar para a posição do esporão, que está ligeiramente acima do disco galáctico, pode fornecer algumas dicas tentadoras sobre o passado da Via Láctea.

O próximo passo para os pesquisadores será colocar estrelas OB adicionais em um mapa mais preciso, no intuito de produzir ainda mais percepções sobre as estruturas de nossa galáxia.

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