Moçambique: 12 pessoas foram decapitadas ao tentar fugir de vila sitiada por terroristas, diz jornal

© REUTERS / DYCK ADVISORY GROUPUm helicóptero do Dyck Advisory Group pousa em Palma, Moçambique, nesta foto tirada entre 24 e 27 de março de 2021 e obtida pela Reuters em 30 de março de 2021
Um helicóptero do Dyck Advisory Group pousa em Palma, Moçambique, nesta foto tirada entre 24 e 27 de março de 2021 e obtida pela Reuters em 30 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 08.04.2021
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Restos mortais de uma dúzia de expatriados foram encontrados do lado de fora de hotel onde estavam abrigados em Palma, Moçambique, após a invasão da vila por um grupo terrorista. As vítimas estavam em fuga quando foram alvejadas.

Os corpos de doze estrangeiros foram encontrados à porta do hotel Amarula Lodge, em Palma, vila na costa moçambicana. Acredita-se que o massacre tenha sido cometido por terroristas ligados ao Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países) que já reivindicou outros ataques recentes na região, de acordo com informações do The Times. 

Segundo testemunhas, os corpos estavam amarrados e decapitados, e todos foram encontrados debaixo de uma árvore à porta do hotel. Os estrangeiros foram alvejados ao tentar fugir em carros, e antes tentaram pedir ajuda escrevendo "help" no terreno do hotel. O grupo armado teria atacado a vila na semana passada e cometido os assassinatos no domingo (4), de acordo com o Ministério da Defesa moçambicano.

© REUTERS / Dyck Advisory Group / Foto de arquivo Mensagem com pedido de ajuda ("help") vista no terreno de um hotel em Palma, onde muitos moradores locais e estrangeiros se esconderam durante ataques terroristas em Moçambique, 26 de Março de 2021
Moçambique: 12 pessoas foram decapitadas ao tentar fugir de vila sitiada por terroristas, diz jornal - Sputnik Brasil, 1920, 08.04.2021
Mensagem com pedido de ajuda ("help") vista no terreno de um hotel em Palma, onde muitos moradores locais e estrangeiros se esconderam durante ataques terroristas em Moçambique, 26 de Março de 2021
"Um grupo de terroristas entrou, dissimuladamente, na vila sede do distrito de Palma e desencadeou ações que culminaram com o assassinato covarde de dezenas de pessoas indefesas e danos materiais em algumas infraestruturas do governo", afirmou Omar Saranga, porta-voz do Ministério da Defesa Nacional de Moçambique.

Omar Saranga fez o rescaldo dos ataques a Palma e fez pronunciamento à imprensa na capital Maputo, sem direito a perguntas dos jornalistas. "As FDS [Forças de Defesa e Segurança] registaram com pesar a perda de sete vidas de um grupo de cidadãos que se precipitou em um comboio de carros à saída do hotel Amarula, que foi emboscada pelos terroristas", declarou.

Ainda na coletiva, o porta-voz disse que as FDS reforçaram a sua "estratégia operacional" para conter as investidas dos criminosos e repor a normalidade na vila de Palma, tendo nos últimos três dias executado ações focadas no resgate de centenas de pessoas, nacionais e estrangeiros, e na proteção de cidadãos e seus bens.

"Neste momento, as FDS continuam a clarificar as zonas de Palma por forma a garantir um regresso seguro das populações. As posições das FDS estão todas sob seu controle", tranquilizou Omar Saranga.

Oficiais locais revelaram que a invasão do hotel durou alguns dias. E as vítimas eram empreiteiros que trabalhavam em um projeto de gás na vila e se refugiaram no hotel após o ataque dos terroristas. O ataque coordenado, que começou em 24 de março, foi o mais ousado de uma insurgência que começou em 2017.

A violência na região norte de Moçambique é pauta desde outubro de 2017 e já provoca uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes até o momento. Algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo jihadista Daesh entre junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua sob debate.

Recentemente, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, anunciou o envio de 60 militares para ajudar Moçambique na formação militar para combater ataques terroristas reivindicados pelo Daesh. O analista José Palmeira, professor de Relações Internacionais do Departamento de Ciência Política da Universidade do Minho, disse à Sputnik Brasil que Brasília também estaria preparado para dar suporte militar a Moçambique, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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