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Lockdown curto ajudaria na retomada da economia brasileira, afirma analista

© Folhapress / Leandro Ferreira /FotoarenaComércio trabalhando no esquema drive thru em Campinas, no interior de São Paulo.
Comércio trabalhando no esquema drive thru em Campinas, no interior de São Paulo. - Sputnik Brasil, 1920, 08.04.2021
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez recomendações ao Brasil nesta quarta-feira (7) salientando que o país deve manter o apoio à economia durante a pandemia de COVID-19, mas sem desrespeitar o teto de gastos.

A recomendação foi feita pelo diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do FMI, Vitor Gaspar. No documento, o órgão calculou que a dívida pública bruta do Brasil alcançará 98,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021.

Para o economista Josilmar Cordenonssi, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, as declarações do FMI não mostram "nenhum conflito entre economia e saúde ou entre salvar vidas e salvar a economia".

"O fato de nós termos uma falta de coordenação ao combater à COVID-19 e o espalhamento das contaminações faz com que a economia demore mais para ter a sua retomada. A gente está evitando tomar um certo remédio amargo, de fazer um lockdown mais curto, para a economia voltar mais rapidamente", disse à Sputnik Brasil.

O FMI afirmou que os programas implementados em 2020, como o auxílio emergencial, foram bem-sucedidos em apoiar os mais vulneráveis e a atividade econômica. Vitor Gaspar destacou que essas políticas devem ser mantidas e adaptadas para as condições do país enquanto durar a pandemia.

​Josilmar Cordenonssi concorda com as afirmações do diretor do FMI e diz que as políticas serviram para "sustentar a economia".

"Inicialmente nós imaginávamos que a economia pudesse cair em torno de 9%, mas dado essas assistências nós conseguimos ter uma queda bem mais baixa, menos da metade, de 4,1%. Muito se deve a essas políticas, o sucesso é inegável", afirmou.

Segundo Cordenonssi, no momento atual da economia é ideal que o governo aumente os gastos para dar suporte aos mais vulneráveis e mantenha a economia em atividade.

"No curto prazo, este ano, não é para ter superavit fiscal. Não é para fazer um ajuste fiscal agora. Só que nós temos que aprovar reformas que apontem que, no futuro, os gastos do governo estarão sob controle para que a economia esteja mais fortalecida, com menos restrições, e que nós retomemos com força o crescimento econômico", comentou.

Em dezembro do ano passado, o FMI já tinha recomendado que o Brasil fornecesse apoio fiscal caso as condições econômicas se mostrassem mais fracas do que o esperado em 2021.

"O ajuste não é para ser feito agora, mas ele tem que ser feito ao longo do tempo. Nós não podemos perder de vista isso, mas no momento o foco é dar assistência às pessoas, principalmente aos mais vulneráveis", completou Cordenonssi.
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