Deputado venezuelano: CIA financia grupos irregulares colombianos para afetar Venezuela

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Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela - Sputnik Brasil, 1920, 07.04.2021
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Os grupos irregulares armados colombianos são financiados pela Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) e pelo narcotráfico a fim de desestabilizar a Venezuela, ao pretender tomar uma parte de seu território fronteiriço, disse à Sputnik o deputado venezuelano Saúl Ortega.

"Estes grupos atacam nossa força armada, são principalmente forças paramilitares financiadas pela CIA e o narcotráfico para gerar caos e medo entre a população venezuelana neste lado da fronteira, pretendendo se apoderar desse território", expressou Ortega em conversa com a Sputnik.

Desde 21 de março, a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e grupos irregulares colombianos têm se enfrentado na localidade de La Victoria, no estado de Apure, sul de Venezuela.

O governo venezuelano disse que bloqueará as ações dos grupos irregulares e que não permitirá que violem a paz do país.

Ortega, membro do Comitê de Assuntos Internacionais da Assembleia Nacional da Venezuela, manifestou que esses grupos formam parte da decomposição social existente na Colômbia, utilizada pela oligarquia desse país para atacar a Venezuela.

"Podemos falar de grupos dissidentes da guerrilha, mas também dos paramilitares, toda essa força está sendo utilizada por uma maquinaria que é a oligarquia colombiana, as forças regulares do Exército colombiano e o narcotráfico, uma santa aliança, que veem na revolução bolivariana seu inimigo e utilizam o financiamento da droga para ativar todos os grupos que possam e converter o território venezuelano em uma espécie de Aleppo, como fizeram na Síria", detalhou.

O parlamentário indicou que esses grupos não contam com o acionar da força armada de seu país para fazer respeitar a soberania venezuelana.

© AP Photo / Fernando VergaraMulheres choram após a morte de parentes em El Ripial, na Venezuela, durante conflitos entre militares venezuelanos e grupos armados vindos da Colômbia no estado de Apure
Deputado venezuelano: CIA financia grupos irregulares colombianos para afetar Venezuela - Sputnik Brasil, 1920, 07.04.2021
Mulheres choram após a morte de parentes em El Ripial, na Venezuela, durante conflitos entre militares venezuelanos e grupos armados vindos da Colômbia no estado de Apure

"O governo venezuelano agiu com responsabilidade em março no âmbito de Constituição, que autoriza o uso progressivo das armas para deter qualquer ameaça, agressão ou tentativa desestabilizadora da paz, da legalidade, acho que foi oportuna e necessária a resposta do governo e da Força Armada Nacional Bolivariana", afirmou o deputado.

Dados falsos

O governo colombiano ressaltou que prestará assistência humanitária a "milhares" de pessoas que tiveram que se deslocar a esse país devido ao conflito em Apure.

Nesse sentido, o chanceler Jorge Arreaza negou que de La Vitoria tenham saído seis mil venezuelanos, afirmando que nesta zona residem apenas 3.574 pessoas, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas.

Para Ortega, aumentar o número de pessoas deslocadas é outra mentira do governo de Iván Duque.

"O governo colombiano sempre mentiu, inclusive com os migrantes venezuelanos, quem conhece os povos fronteiriços sabe que, além de San Cristóbal (Táchira-oeste) e Maracaibo (Zulia-oeste), o resto são povoados muito pequenos, então, como é que atravessaram 6.000 pessoas? A matemática não combina com Duque, Uribe, nem com as mentiras do governo colombiano", comentou.

Por sua parte, Venezuela solicitou ajuda à Organização das Nações Unidas (ONU) para desativar as minas antipessoal que deixaram em seu território os grupos irregulares. Adicionalmente, o governo venezuelano declarou zona de segurança em três municípios da fronteira com Colômbia, no estado de Apure.

Nos confrontos da Venezuela com grupos irregulares da Colômbia no estado fronteiriço morreram oito militares venezuelanos, nove integrantes de grupos irregulares, há 33 pessoas processadas e seis acampamentos foram desmantelados, segundo dados do Executivo.

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