Um em cada 3 pacientes com COVID-19 tem desordens neurológicas ou mentais, revela estudo

© REUTERS / Kevin LamarquePaciente da COVID-19 aguarda transporte durante evento de vacinação comunitária em Martinsburg, Virgínia Ocidental, EUA, 11 de março de 2021
Paciente da COVID-19 aguarda transporte durante evento de vacinação comunitária em Martinsburg, Virgínia Ocidental, EUA, 11 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 07.04.2021
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Foi publicado um estudo em que se analisaram mais de 236 mil pessoas que se recuperaram da doença provocada pelo SARS-CoV-2. A conclusão é que 34% das pessoas foram diagnosticadas com desordens.

Um em cada três dos sobreviventes da COVID-19 demonstra desordens neurológicas ou mentais, relatou na terça-feira (6) o portal EurekAlert.

O estudo, que foi publicado na revista The Lancet Psychiatry, analisou 236.379 pacientes que se infectaram com a doença do novo coronavírus, principalmente nos EUA, e descobriu que 34% deles foram diagnosticados com doenças neurológicas ou psiquiátricas em um espaço de seis meses.

Os pesquisadores também assinalaram que em comparação às pessoas que se recuperaram de gripe ou outras infecções respiratórias durante o mesmo período, os ex-doentes com COVID-19 revelaram uma proporção significativamente maior de vítimas de tais desordens.

"Nossos resultados indicam que doenças cerebrais e distúrbios psiquiátricos são mais comuns após a COVID-19 do que após a gripe ou outras infecções respiratórias", disse Max Taquet, um psiquiatra da Universidade de Oxford, Reino Unido, coautor do estudo.

O efeito mais comum foi a ansiedade, presente em 17% dos recuperados, seguido por distúrbios de humor, presente em 14% dos envolvidos no estudo. Nenhuma dessas condições pareceu estar relacionada com a gravidade da infecção do SARS-CoV-2.

Além disso, entre os admitidos à terapia intensiva contra a doença, 7% tiveram acidente vascular cerebral, e quase 2% apresentaram demência.

Apesar disso, os cientistas não conseguiram apontar os mecanismos biológicos ou psicológicos envolvidos no surgimento dessas doenças, pelo que exortam identificá-los "com o objetivo de preveni-los ou tratá-los".

"Embora os riscos individuais para a maioria dos distúrbios sejam pequenos, o efeito em toda a população pode ser substancial", disse Paul Harrison, professor de psiquiatria da Universidade de Oxford, Reino Unido, e coautor do estudo.

Um outro estudo publicado em novembro de 2020 pela The Lancet Psychiatry relatou que quase 20% dos 62.354 pacientes com COVID-19 estudados tiveram distúrbios mentais em um espaço de três meses após serem infectados.

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