Israel diz que há 'mensagens contraditórias' dos EUA em relação ao acordo nuclear e revela apreensão

© AP Photo / Jacquelyn Martin, PoolBandeiras de Israel e dos EUA
Bandeiras de Israel e dos EUA - Sputnik Brasil, 1920, 05.04.2021
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Jerusalém interpreta que Washington não tem a intenção de fomentar novas regras, mas sim, permanecer nos moldes do acordo anterior, o que em sua visão seria "preocupante".

O governo israelense não ficou muito satisfeito após entrevista concedida pelo enviado especial dos EUA ao Irã, Rob Malley, para PBS na sexta-feira (2). Para Israel, as declarações de Malley mostraram que a intenção do governo norte-americano é voltar ao acordo de 2015 e não elaborar um novo "mais longo e mais forte" como a administração havia sinalizado anteriormente, segundo o The Jerusalem Post.

Na entrevista, Malley fez afirmações gerais e diplomáticas, sem adicionar algum elemento que mostrasse um movimento mais amplo ou diferente dos EUA no impasse.

"O objetivo é ver se podemos chegar a um acordo sobre quais medidas os Estados Unidos precisam tomar para voltar a cumprir o acordo nuclear e quais medidas o Irã também deve tomar para a volta. Se um dos lados assume uma posição maximalista e diz que o outro lado tem que fazer tudo primeiro antes de se mover um centímetro, acho que é difícil ver como isso funciona", disse Malley

Para Jerusalém o posicionamento dos EUA "é preocupante", pois, ao que parece, não há intenção de se desenvolver novas políticas em relação ao pacto, mas sim de manter os mesmos moldes do Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, na sigla de inglês) assinado em 2015.

Essa postura seria diferente da apresentada pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que disse esperar construir um novo acordo "mais longo e mais forte" e para Israel, esse fato demonstraria que as mensagens do governo norte-americano são contraditórias, segundo a mídia.

"Se esta é a política americana, estamos preocupados. Em nenhuma parte da entrevista Malley disse que o objetivo é impedir o Irã de obter armas nucleares, em nenhum momento acusa os iranianos de mau comportamento, assim como não cita a importância de consultar aliados americanos na região[...]. No passado, a administração Biden falou sobre um acordo 'mais longo e mais forte' - como se estivessem procurando por outra coisa - e nela [a entrevista de Malley] não foi demonstrado isso. É tudo uma questão de voltar ao negócio de 2015", disse um alto funcionário israelense no domingo (4) citado pelo The Jerusalem Post.

A impressão dos israelenses é que o governo Biden "não está depositando suas esperanças" nas negociações em Viena nesta semana e "não espera um real avanço", segundo a mídia. "Eles entendem que o Irã está se inclinando a recusar quaisquer novas declarações ou planos", disse o oficial.

Autoridades israelenses continuam pedindo aos norte-americanos que garantam que as inspeções "a qualquer hora e em qualquer lugar" nas usinas iranianas feitas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sejam incluídas no acordo. Além disso, enfatizam a necessidade de conter a agressão do Irã e seus representantes na região.

Em diversos momentos o governo israelense declarou que não apoiaria a volta dos EUA ao acordo nuclear, pois acreditam que a República Islâmica não respeita a diplomacia de acordos e que se nada for resolvido, Israel estaria pronto para tomar ações militares contra as bases nucleares iranianas.

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