Eritreia começa a retirar suas tropas de Tigré, afirma Etiópia

© REUTERS / Baz RatnerTanque queimado perto da cidade de Adwa, região de Tigré, Etiópia, 18 de março de 2021
Tanque queimado perto da cidade de Adwa, região de Tigré, Etiópia, 18 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 05.04.2021
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A Eritreia começou a retirar suas forças da região de Tigré no norte da Etiópia, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores etíope, após montagem de relatórios acusando eritreus de violações de direitos humanos, incluindo estupro, roubos e assassinato de civis.

O governo etíope continua regulando a situação na região de Tigré, no entanto, algumas medidas importantes ainda não foram tomadas para garantir as necessidades prementes da região, informou o Ministério das Relações Exteriores da Etiópia no sábado (3).

"A mobilização de recursos adequados, portanto, deve ser a tarefa principal, para que os desafios da região sejam plena e oportunamente resolvidos", segundo o comunicado da chancelaria.

A decisão de retirar as tropas foi anunciada pela primeira vez em 26 de março pelo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali. O comunicado recém-publicado informa sobre o início do processo.

"Como foi revelado na semana passada, as tropas da Eritreia, que atravessaram a fronteira provocadas pela Frente Popular para a Libertação de Tigré [FPLT, na sigla em inglês], agora começaram a evacuação e a Força de Defesa Nacional da Etiópia assumiu a guarda da fronteira nacional", de acordo com o comunicado da chancelaria do país.

O primeiro-ministro etíope disse que suas forças realizaram grandes operações nos últimos três dias, combatendo "inimigos" em oito frentes no oeste e norte do país. Ele não mencionou especificamente Tigré, mas a região fica ao norte, conforme observações em um vídeo publicado na sua página no Facebook.

"Quando a junta passou a ser uma força de guerrilha, se misturou com os fazendeiros, e começou a se mover de um lugar para outro. Não somos capazes de eliminá-la dentro de três meses", segundo Ahmed Ali.

Em 2018, o primeiro-ministro chegou a um acordo de paz com a Eritreia após longo conflito na região de Tigré e recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho para resolução do embate. No entanto, desde que começaram os confrontos entre o governo central da Etiópia e a região de Tigré em novembro de 2020, Ahmed Ali vem sendo acusado de estabelecer uma parceria com a Eritreia para perseguir os agora líderes foragidos da região.

Durantes meses, a Eritreia e a Etiópia negaram a presença de tropas eritreias apesar de dezenas de testemunhas relatando sua permanência. Em 23 de março, o primeiro-ministro reconheceu a presença de militares eritreus no território do país. Por sua vez, a Eritreia ainda não admitiu que seus soldados estão na Etiópia e nega a responsabilidade por violações.

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