Vida alienígena: novo gás é incluído nos compostos químicos que devemos procurar em exoplanetas

© AFP 2023 / Handout/ESA/NASAExoplaneta (ilustração)
Exoplaneta (ilustração) - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2021
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O estudo dos exoplanetas explodiu nas últimas décadas. Já foram confirmados milhares deles e os pesquisadores tentam obter as suas bioassinaturas, ou seja, os compostos químicos associados à vida, como oxigênio, dióxido de carbono, água, etc.

Uma nova pesquisa feita por uma equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos EUA, afirma que há uma outra potencial bioassinatura que todos os cientistas devem estar atentos: o hidrocarboneto isopreno (C5H8). A descoberta será em breve publicada na revista científica Astrobiology e uma versão não revista por pares está disponível no portal de pré-impressão arXiv.

"Nosso grupo de pesquisa no MIT se concentra no uso de uma abordagem holística para explorar todos os gases possíveis, como gases com potencial de bioassinatura. Nosso trabalho anterior levou à criação do banco de dados de todas as moléculas pequenas. Procedemos à filtragem do banco de dados ASM [Gerenciamento Automático de Armazenamento] para identificar os candidatos a gás de bioassinatura mais plausíveis, um dos quais é o isopreno, usando o aprendizado de máquina e abordagens guiadas por dados", afirmou Zhuchang Zhan, principal autor do estudo, ao portal Universe Today.

Como o seu primo metano (CH4), o isopreno é uma molécula de hidrocarboneto orgânico produzida como metabólito secundário por várias espécies na Terra. Além das árvores caducifólia, o isopreno também é produzido por uma ampla variedade de organismos evolutivamente distantes, como bactérias, plantas e animais.

© Foto / Pixabay / skeezeExoplaneta (apresentação artística)
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Exoplaneta (apresentação artística)
"O isopreno é promissor porque é produzido em vastas quantidades pela vida na Terra, tanto quanto a produção de metano! Além disso, uma grande variedade de formas de vida […] produzem isopreno, sugerindo que pode ser algum tipo de 'bloco de construção' fundamental que a vida em outros lugares também pode produzir", comenta Sara Seager, coautora da pesquisa.

Outras bioassinaturas

As bioassinaturas incluem os indicadores químicos associadas à vida e aos processos biológicos, relata a mídia.

Na lista está o gás oxigênio (O2), que é essencial para a maioria das formas de vida na Terra e é produzido por organismos fotossintéticos (plantas, árvores, cianobactérias etc.). Esses mesmos organismos metabolizam o dióxido de carbono (CO2), que a vida emite como um produto residual. Há também a água (H2O), que é essencial para toda a vida como a conhecemos, e o metano (CH4), que é emitido pela decomposição da matéria orgânica.

Acredita-se que a atividade vulcânica desempenhe um papel importante na habitabilidade planetária, dessa forma, os subprodutos químicos associados ao vulcanismo, sulfeto de hidrogênio (H2S), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), gás hidrogênio (H2), entre outros, também são consideradas bioassinaturas.

Agora, a essa lista os cientistas do MIT querem adicionar o isopreno.

Telescópios mais potentes

Até o momento, já foram confirmados 4.375 planetas fora de nosso Sistema Solar, em 3.247 sistemas, com outros 5.856 candidatos aguardando confirmação, relembra o portal Universe Today. Nos últimos anos, o estudo dos exoplanetas começou a transitar do processo de descoberta para o de caracterização. Espera-se que o processo de estudo dos exoplanetas acelere assim que os telescópios de última geração se tornarem operacionais. Um dos novos telescópios mais aguardados é o Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês).

© Foto / Twitter/Telescópio Webb da NASATelescópio Espacial James Webb da NASA, previsto para lançamento em 2021
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Telescópio Espacial James Webb da NASA, previsto para lançamento em 2021
"Com o lançamento do Telescópio Espacial James Webb em outubro de 2021, teremos nossa primeira capacidade de pesquisar gases de bioassinatura, mas será difícil porque, para começar, os sinais atmosféricos de pequenos planetas rochosos são muito fracos. Com o JWST no horizonte, o número de pessoas trabalhando no campo cresceu tremendamente", garante Seager.

Uma vez implantado e operacional, o JWST será capaz de observar nosso Universo em comprimentos de onda mais longos (na faixa do infravermelho próximo e médio) e com sensibilidade bastante aprimorada.

O telescópio também vai contar com uma série de espectrógrafos para obter dados de composição, bem como coronógrafos para bloquear a luz obscurecida das estrelas-mãe. Os dados permitirão que os cientistas coloquem restrições muito mais rígidas na habitabilidade de um exoplaneta e podem até mesmo levar à detecção de bioassinaturas conhecidas ou em potencial, como o isopreno.

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