França ultrapassa EUA como aliada mais confiável da Índia no Indo-Pacífico, diz jornal

© AP Photo / Manish SwarupO presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
O presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. - Sputnik Brasil, 1920, 01.04.2021
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Cinco fatos recentes reforçam por que parceria indo-francesa é considerada mais eficaz que aliança da Índia com os EUA nos últimos tempos. União em defesa, tecnologia e outros setores tende a crescer.

Cinco acontecimentos recentes provam que é a França, e não os EUA, a principal aliada da Índia no Ocidente. De acordo com reportagem do jornal The Eurasian Times, os acontecimentos, ao serem analisados em conjunto, demonstram padrão incontestável de que a França foi, é e continuará sendo a maior aliada da Índia.

O fato mais recente, de quarta-feira (31), foi o envio do quarto lote de três caças Rafale da França. As aeronaves chegaram à Índia para se juntar ao Esquadrão Flechas de Ouro, na estação Ambala da Força Aérea indiana (IAF, na sigla em inglês). A Índia encomendou 36 caças da França. Os 22 restantes devem ser entregues em abril.

​Vislumbres de outro lote de Rafale que decolou para os céus!

Em 20 de março, o presidente da Organização de Pesquisa Espacial da Índia (ISRO, na sigla em inglês), K. Sivan, informou que Índia e França estão trabalhando em sua terceira missão conjunta de satélite, que consistirá na observação da Terra para avaliação de recursos naturais em alta resolução. Há também discussões sobre o estabelecimento em solo francês de uma estação de referência de navegação por satélite desenvolvido e mantido pela ISRO.

Já a Capgemini, multinacional francesa de serviços de tecnologia, anunciou, no último sábado (27), que vai inaugurar dois laboratórios de inovação 5G, um em Mumbai e outro em Paris. Ambos os laboratórios serão dedicados a acelerar o desenvolvimento e a implantação de tecnologias de ponta.

No começo desta semana, a Câmara de Comércio e Indústria indo-francesa disse ao ThePrint que a França estava de olho no crescimento bilateral dos negócios nas áreas de energia e tecnologia. "Uma grande parte dos laços econômicos indo-franceses tem sido a defesa e o aeroespacial. Agora, vemos uma série de indústrias indo tão bem e chegando ao centro das atenções", disse Payal S. Kanwar, diretor-geral do órgão comercial.

A França é uma fonte significativa de investimento estrangeiro direto na Índia, com mais de mil estabelecimentos franceses já presentes no país, sendo a nona maior investidora na Índia. Para ter noção, só entre abril e setembro de 2020, a França investiu US$ 9,67 bilhões (equivalentes a mais de R$ 56 bilhões), em aquisições de empresas elétricas e de operação de aeroportos da Índia.

O quinto acontecimento será concretizado entre 5 e 7 de abril, quando pela primeira vez a Marinha indiana fará parte do jogo de guerra La Pérouse, liderado pela França, na baía de Bengala, nordeste do oceano Índico. Vão participar também os outros países-membros do Diálogo Quadrilateral sobre Segurança do Indo-Pacífico (Quad, na sigla em inglês): Austrália, Japão e Estados Unidos.

Apoio passado, presente e futuro

A França passa a ser a primeira grande potência europeia que tem estado na vanguarda ao aceitar a noção de Indo-Pacífico e apoiar o quarteto Quad. Tanto é que os analistas falam agora do Quad +, que inclui a França. Também foi o primeiro país europeu a lançar uma estratégia para Indo-Pacífico e nomear seu primeiro embaixador para o Indo-Pacífico, com a tarefa de representar os interesses franceses na região.

Além de todos os fatos citados, a França foi ainda a primeira potência ocidental a apoiar a reivindicação da Índia de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e que não impôs sanções à Índia após o início de testes nucleares em 1998. E ainda forneceu reatores nucleares para geração de energia.

Há também a iniciativa indo-francesa com o lançamento da Aliança Solar Internacional (ISA, na sigla em inglês), que tem por objetivo a implantação de energia solar a custos acessíveis em seus 121 países-membros até 2030.

​Grandes oportunidades de horticultura, aeronáutica e digital na Angers. Embaixador Jawed Ashraf conheceu empresas indianas e francesas de diversos campos da aviação, equipamentos médicos, energia e tecnologia digital para explorar mais cooperação para fazer pelo mundo.

Trocando em miúdos, Índia e França são agora parceiras estratégicas não apenas em defesa, mas em diversos setores. A França também aproveita a Índia para reaproveitar suas próprias tecnologias, como o caso dos caças Rafale que foram desenvolvidos nas décadas de 1980 e 1990.

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