Estudo: 7 em cada 10 hospitalizados por COVID-19 mantêm sequelas 5 meses após alta

© REUTERS / Dylan MartinezCientistas trabalham no laboratório onde sequenciam os genomas do novo coronavírus no COVID-19 Genomics UK no Instituto Wellcome Sanger, Reino Unido, 12 de março de 2021
Cientistas trabalham no laboratório onde sequenciam os genomas do novo coronavírus no COVID-19 Genomics UK no Instituto Wellcome Sanger, Reino Unido, 12 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 31.03.2021
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Um estudo realizado no Reino Unido mostra que 70% dos pacientes recuperados do coronavírus continuam sentindo algum impacto da doença em sua saúde física ou mental, muitos deles deixaram de trabalhar.

Pesquisadores britânicos afirmam que sete em cada dez pessoas hospitalizadas por COVID-19 não se recuperaram totalmente cinco meses após a alta e continuaram a ter sequelas físicas e mentais que afetam sua capacidade de trabalho, de acordo com um novo relatório publicado na semana passada na medRxiv.

A pesquisa, que foi realizada em todo o Reino Unido pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Centro de Pesquisa Biomédico de Leicester e ainda não foi revisada por pares, envolveu 1.077 pessoas infectadas com o coronavírus que receberam alta do hospital entre março e novembro de 2020.

Os cientistas descobriram que cada participante tinha em média nove sintomas persistentes, dos quais os mais comuns eram dores musculares, fadiga, lentidão física, qualidade do sono prejudicada, dor ou inchaço nas articulações, fraqueza nos membros, dificuldade em respirar, dor, perda de memória de curto prazo e lentidão do pensamento.

Além disso, mais de 25% dos pacientes apresentaram sintomas clinicamente significativos de ansiedade e depressão, enquanto 12% apresentaram sintomas de Perturbação de Estresse Pós-Traumático (PTSD, na sigla em inglês) até cinco meses após a alta.

Do total de pacientes analisados, das pessoas que trabalhavam antes de ficar doentes, apenas 29% se sentiram completamente recuperados, 17,8% deixaram de trabalhar e quase 20% experimentaram uma mudança relacionada com a saúde na profissão. Além disso, um em cada cinco participantes ficou com uma nova deficiência.

Os resultados da pesquisa mostraram que o grupo com os sintomas persistentes mais graves tendia a ser composto por "mulheres brancas em seus 40-60 anos com pelo menos duas comorbilidades, como asma ou diabetes", explicou o pesquisador Chris Brightling.

Além disso, os cientistas também descobriram um fator biológico potencial por trás de alguns sintomas pós-coronavírus.

"Quando observamos a gravidade dos sintomas dos pacientes cinco meses após eles terem alta do hospital, descobrimos que, em todos os casos, exceto nos casos mais leves de sintomas pós-COVID persistentes, os níveis de uma substância química chamada proteína C reativa, que está associada a inflamações, são elevados", disse a professora Louise Wain.
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