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Quem pegar COVID-19 na Páscoa provavelmente não poderá ser hospitalizado, alerta médico

© Foto / Tânia Rêgo/Agência BrasilPessoas circulam pelas ruas do Rio de Janeiro durante feriado de dez dias para conter o aumento de casos de COVID-19.
Pessoas circulam pelas ruas do Rio de Janeiro durante feriado de dez dias para conter o aumento de casos de COVID-19. - Sputnik Brasil, 1920, 29.03.2021
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, divulgou um pronunciamento em 26 de março pedindo para a população evitar aglomerações no feriado da Páscoa que se inicia na próxima sexta-feira (2).

Queiroga disse que teve reuniões com lideranças religiosas sobre o combate ao novo coronavírus.

"Conversei com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil [CNBB] e com pastores de outras orientações cristãs, para que, nessa Páscoa, seja passada uma mensagem para que os brasileiros adotem medidas de bloqueio de vírus", disse o ministro.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Jorge Kalil, professor titular de medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor), lembrou que muitos estados já passam por um momento delicado da pandemia, com os sistemas de saúde em colapso.

"O que nós temos observado é que 15 dias depois de um feriado, o número de pacientes internados é enorme, e depois de três e quatro semanas o número de mortes cresce vertiginosamente. A gente está observando, desde o dia 1º de março, um aumento muito grande no número de casos e o colapso no sistema de saúde. Quem ficar doente agora, na Páscoa, muito provavelmente não poderá ser hospitalizado e não terá acesso à UTI. Todo cuidado é pouco", afirmou.

Kalil atribuiu o recrudescimento da pandemia à circulação das novas variantes do novo coronavírus no Brasil.

"Se as pessoas não se conscientizarem que tem que evitar aglomerações, vai ser de novo um desastre [após a Páscoa]. O vírus está muito espalhado, a transmissão está muito grande em todo o Brasil, esse vírus que está circulando é um vírus com muita transmissibilidade", alertou.

'Antecipação de feriados é medida fundamental'

Para tentar diminuir a disseminação do novo coronavírus, os governos de São Paulo e Rio de Janeiro decidiram fazer uma antecipação de feriados, com duração de dez dias, com o objetivo de diminuir a circulação de pessoas.

Além da antecipação dos feriados, em ambos os estados, as medidas vêm acompanhadas de outras restrições, como toques de recolher e fechamento do comércio.

© AP Photo / Silvia IzquierdoPessoas fazem filas para serem vacinadas em posto drive-thru no Rio de Janeiro.
Quem pegar COVID-19 na Páscoa provavelmente não poderá ser hospitalizado, alerta médico - Sputnik Brasil, 1920, 29.03.2021
Pessoas fazem filas para serem vacinadas em posto drive-thru no Rio de Janeiro.

Os feriados antecipados em São Paulo foram os de Corpus Christi de 2021 e 2022, da Consciência Negra de 2021 e 2022 e o aniversário da cidade em 2022 (25 de janeiro). No Rio de Janeiro, as datas adiantadas foram os feriados de Tiradentes (21 de abril) e de São Jorge (23 de abril), além de três dias excepcionais de feriado decretados pelo projeto.

"Quando nós temos uma disseminação do vírus com a rapidez que está tendo, infelizmente a única coisa que se pode fazer é com que as pessoas fiquem em casa e evitem qualquer tipo de aglomeração. Essas medidas são fundamentais neste momento em que estamos", destacou Jorge Kalil.

Meta de vacinação do Ministério da Saúde pode ser atingida

O ministro da Saúde também defendeu, durante o pronunciamento, as ações de vacinação e disse que a meta para o mês de abril é vacinar um milhão de pessoas por dia no Brasil: "O Butantan e a Fiocruz, nossos fornecedores brasileiros de vacinas, nos asseguram entregas que poderão vacinar um milhão de pessoas por dia. Vamos buscar essa meta de vacinação".

Para Jorge Kalil, se houver vacinas, a meta de imunização apresentada por Queiroga é factível.

"O Brasil consegue vacinar duas milhões de pessoas por dia. Nós temos que ter vacina, e eu sei que o ministro Queiroga está fazendo um esforço enorme para fazer com que essas vacinas cheguem ao Brasil, visto que são todas importadas. Se nós tivermos vacinas, o Brasil vai sim, imunizar de um a dois milhões de indivíduos por dia", completou.
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