Acadêmico americano sugere maneira 'correta' em como Biden deveria lidar com seus adversários

© REUTERS / Leah MillisO presidente dos EUA, Joe Biden, fala com repórteres enquanto dá sua primeira entrevista coletiva formal na Casa Branca, em Washington, EUA, 25 de março de 2021
O presidente dos EUA, Joe Biden, fala com repórteres enquanto dá sua primeira entrevista coletiva formal na Casa Branca, em Washington, EUA, 25 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 29.03.2021
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Walter Russell Mead, acadêmico americano e colunista do jornal The Wall Street Journal, deu seu parecer em como a administração Biden deveria responder aos desafios de seus adversários.

Em entrevista ao The Journal Editorial Report da Fox News, Mead começou por destacar a atitude provocante do novo presidente democrata ao ter convidado representantes de Taiwan para sua posse, algo que já não acontecia desde 1979, e que é importante não esquecer que Pequim considera Taiwan parte do território chinês.

Em uma coletiva de imprensa na quinta-feira (25), Joe Biden teria afirmado que os "EUA e aliados procuram competição e não confrontação" com a China e seus outros adversários. No entanto, a imposição de sanções tem sido bastante recorrente em meio à citada competição, podendo ser considerada um aviso da força dos valores norte-americanos.

Perante tais ações, China, Rússia, Irã e, provavelmente, a Coreia do Norte, vão delinear estratégias para contrabalançarem pressões de Washington em seus governos.

Perante este aspecto, algo marcante teria sido a surpresa de Anthony Blinken, secretário de Estado dos EUA, diante da atitude dura da China durante a reunião no Alasca, nos dias 18 e 19 de março. Nesse encontro entre representantes de ambas as nações, Pequim teria apontado as fraquezas e más ações de Washington ao longo do tempo, em uma suposta tentativa de enaltecer a superioridade do gigante asiático.

© REUTERS / Frederic J. BrownAntony Blinken, secretário de Estado dos EUA (segundo à direita), acompanhado por Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA (primeiro à direita), fala em direção a Yang Jiechi (segundo à esquerda), diretor do Escritório da Comissão Central de Relações Exteriores do PC da China, e Wang Yi (primeiro à esquerda), conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, em Anchorage, Alasca, EUA, 18 de março de 2021
Acadêmico americano sugere maneira 'correta' em como Biden deveria lidar com seus adversários - Sputnik Brasil, 1920, 29.03.2021
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA (segundo à direita), acompanhado por Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA (primeiro à direita), fala em direção a Yang Jiechi (segundo à esquerda), diretor do Escritório da Comissão Central de Relações Exteriores do PC da China, e Wang Yi (primeiro à esquerda), conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, em Anchorage, Alasca, EUA, 18 de março de 2021
Russell Mead, contudo, reconhece que "é difícil para [nós] americanos nos vermos como os outros nos veem".

Um fator importante a ter atenção são as respostas estadunidenses ao período pós-crise mundial de 2008, que, supostamente, teriam sido interpretadas por China e Rússia como se os EUA estivessem em declínio. Novamente, a imposição de sanções dos últimos aos seus adversários teria sido vista mais como um ato de fraqueza do que, propriamente, de liderança.

Por essa razão, o acadêmico afirma que os EUA devem se preparar para enfrentarem futuros desafios de tais atores. No entanto, poderá existir uma maneira mais "correta" para o fazer.

Mead apresenta duas sugestões para a administração democrata: em primeiro lugar, Biden e seus representantes deveriam se abster de um "discurso duro" relativo à delicada questão de Taiwan. Em segundo lugar, Washington deveria apostar em um maior desenvolvimento militar, de modo a conseguir intimidar Pequim ou, pelo menos, fazer a China entender que a melhor saída será o diálogo com os EUA, também garantindo que as forças americanas não sairão da região.

O que esperar de aliados europeus?

De acordo com o acadêmico, a Europa avalia a situação da China maioritariamente como um problema econômico, e assim não vê a necessidade de se envolver, juntamente com Washington, em algum tipo de conflito de Guerra Fria com a primeira.

Adicionalmente, alguns Estados europeus, como os países bálticos e a Polônia, têm receio do poder de Moscou, e por isso não seriam favoráveis, de jeito nenhum, a um possível confronto entre Washington e Moscou.

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