Blinken: EUA querem 'revitalizar' OTAN para garantir a sua força contra 'ameaças de hoje'

© REUTERS / Yves HermanSecretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ajusta máscara protetora após debate com o Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, na sede da aliança em Bruxelas, Bélgica, em 23 de março de 2021
Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ajusta máscara protetora após debate com o Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, na sede da aliança em Bruxelas, Bélgica, em 23 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 23.03.2021
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No topo da agenda da reunião entre chanceleres da OTAN está o futuro da missão de 9.600 homens da aliança no Afeganistão, que devem deixar o local até 1º de maio.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, prometeu nesta terça-feira (23) reconstruir e revitalizar a aliança militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e compartilhar os planos norte-americanos sobre qualquer possível retirada do Afeganistão.

"Esperamos discussões produtivas neste momento verdadeiramente crucial para a aliança. Vim aqui para expressar o compromisso inabalável dos EUA [com a aliança], que por mais de 70 anos tem sido uma pedra angular para garantir paz, prosperidade e estabilidade na região transatlântica", afirmou Blinken, citado pela agência Reuters, em sua primeira visita à sede da OTAN, em Bruxelas, Bélgica, antes do início da reunião dos ministros das Relações Exteriores da aliança.

Os chanceleres devem discutir questões como a pandemia de COVID-19, tropas no Afeganistão, mudanças climáticas, terrorismo e alegados desafios colocados por países como China, Irã e Rússia.

"Os EUA querem reconstruir relações com parceiros, em primeiro lugar com nossos aliados da OTAN, queremos revitalizar a aliança para garantir que seja tão forte e eficaz contra as ameaças de hoje como antigamente", enfatizou Blinken.

Impasse no Afeganistão

No topo da agenda da OTAN está o futuro da missão de 9.600 homens da aliança no Afeganistão, depois que o ex-presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, fechou um acordo com o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) para retirar as tropas da aliança até 1º de maio.

O Secretário de Estado dos EUA sublinhou que a retirada das tropas dos EUA será realizada apenas com o consentimento dos aliados da OTAN.

© REUTERS / Presidential PalaceSecretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, caminha durante sua visita a Cabul, Afeganistão, em 21 de março de 2021
Blinken: EUA querem 'revitalizar' OTAN para garantir a sua força contra 'ameaças de hoje' - Sputnik Brasil, 1920, 23.03.2021
Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, caminha durante sua visita a Cabul, Afeganistão, em 21 de março de 2021
"Não há escolhas fáceis e, por enquanto, todas as opções permanecem em aberto […]. A situação de segurança está difícil e vamos tomar todas as medidas necessárias para manter nossas tropas seguras", afirmou o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.

Na semana passada, o presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, afirmou que seria "difícil" cumprir o prazo acordado com o Talibã. Biden estaria ponderando a possibilidade de estender a permanência das forças norte-americanas até novembro de 2021, seis meses adicionais ao acordo fechado por Trump.

O Talibã, por sua vez, manifestou-se na sexta-feira (19) contra a Casa Branca manter suas tropas além da data acordada. Atualmente, cerca de 3.500 soldados norte-americanos estão posicionados no Afeganistão.

Nord Stream 2

Antony Blinken também abordou o tema do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), que está sendo construído da Rússia para a Alemanha. Para o secretário de Estado dos EUA, o empreendimento vai contra os interesses da União Europeia e pode minar a Ucrânia e a Polônia.

"O presidente Biden foi muito claro, ele acredita que o gasoduto é uma má ideia, ruim para a Europa, ruim para os EUA, [e] em última análise está em contradição com os próprios objetivos de segurança da União Europeia [...]. Isso tem o potencial de minar os interesses da Ucrânia, da Polônia e de uma série de parceiros e aliados próximos", afirmou Blinken, acrescentando que uma lei dos EUA exigia que Washington impusesse sanções às empresas participantes do projeto Nord Stream 2.

A Alemanha está pressionando pela conclusão do empreendimento, apesar da oposição constante dos EUA ao longo de mais de uma década. O gasoduto já está cerca de 95% construído e pode ser concluído até setembro, dizem analistas que monitoram os dados de rastreamento.

Os EUA temem que a Rússia possa usar o Nord Stream 2 como alavanca para enfraquecer os Estados da União Europeia, aumentando a dependência de Moscou. A Rússia tem alertado repetidamente contra a politização do que considera um projeto puramente econômico.

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