Blinken diz que 'a bola está no campo do Irã' e nega liberação de fundos congelados iranianos

© REUTERS / Andrew Caballero-ReynoldsSecretário de Estado Antony Blinken, 3 de março de 2021
Secretário de Estado Antony Blinken, 3 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 11.03.2021
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Secretário de Estado dos EUA diz que falta ao Irã demonstrar que pretende realmente retornar ao acordo nuclear e nega alívio de sanções que teriam liberado fundos congelados iranianos no Iraque.

Nesta quarta-feira (10), em discurso no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que "a bola está no campo do Irã" e que cabe a Teerã provar sua real intenção em voltar ao acordo nuclear, de acordo com o The Jerusalem Post.

Washington expressou repetidamente o interesse de sentar-se com a República Islâmica para negociações diretas sobre o acordo, mas desde que a União Europeia estendeu o convite a Teerã para o diálogo, em meados de fevereiro, o governo Biden foi rejeitado.

"Dissemos que participaríamos e o Irã, até agora, disse não. Acho que a bola está do lado deles para ver se eles estão falando sério sobre o reengajamento [no acordo] ou não", disse o secretário de Estado citado pela mídia.

Blinken também teceu considerações sobre a preocupação do governo norte-americano com os próximos passos de Teerã em relação a produção de armas nucleares, e concluiu que por saber da gravidade da situação, tem a intenção de "colocar o Irã de volta na caixa nuclear", fazendo uma alusão ao acordo nuclear.

"Temos problemas fundamentais com as ações do Irã em uma série de coisas. Seja o apoio ao terrorismo, seja um programa de mísseis balísticos - cada vez mais perigoso -, seja em ações desestabilizadoras na região [Oriente Médio]. Teerã com uma arma nuclear ou com capacidade mínima para ter uma é provável que aja com ainda maior impunidade quando se trata dessas coisas, então, temos um incentivo real para fazer isso. Portanto, acho que temos interesse em colocar o Irã de volta nessa caixa nuclear", declarou Blinken.

O secretário também reafirmou a posição dos EUA de chegar a um denominador comum com a República Islâmica através de uma diplomacia obstinada, a qual seria "a maneira mais sustentável de fazer isso". Posição essa que o Irã vem criticando constantemente, pois espera mais ação do que diálogo por parte de Washington.

No sábado (6), o secretário-geral da Câmara de Comércio Irã-Iraque, Hamid Hosseini, disse que os EUA liberariam US$ 3 bilhões (R$ 16 bilhões) em fundos iranianos congelados no Iraque, Omã e Coreia do Sul devido às sanções de Washington, segundo a emissora de TV Iran International.

Porém, também no discurso dessa quarta-feira (10), Blinken negou a afirmativa de Hosseini, dizendo que o relatório apresentado pelo secretário-geral confirmando a ação estava equivocado.

"Se o Irã voltar a cumprir suas obrigações sob o acordo nuclear [...] buscaríamos o alívio das sanções. Mas, se não voltar ao acordo, eles não terão alívio. E o relatório ao qual você está se referindo está simplesmente incorreto", disse o secretário de Estado norte-americano ao ser perguntado sobre a liberação dos fundos.

Por fim, Blinken afirmou que conta com parceiros regionais no Oriente Médio para combater as ameaças do Irã, como Israel e os países do Golfo.

"Quando se trata de algo como o acordo nuclear, estamos comprometidos em trabalhar e consultar nossos parceiros e aliados mais próximos, incluindo Israel, incluindo os países do Golfo, sobre qualquer coisa que possamos fazer no futuro sobre essa questão. Precisamos estar engajados com eles [...]", declarou o secretário.

Em relação a Israel, é importante ressaltar que Jerusalém já declarou diversas vezes que não é a favor da volta dos EUA ao acordo nuclear, conhecido como Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA, em inglês) e que tomaria medidas independentes que pudessem impedir o Irã de ganhar força nuclear.

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