Pentágono desperdiçou US$ 549 milhões em aviões italianos depois vendidos como sucata, diz relatório

CC BY-SA 2.0 / Pete Webber / Aeronave de carga G222 (imagem referencial)
Aeronave de carga G222 (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 07.03.2021
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A Força Aérea dos EUA desperdiçou US$ 549 milhões (R$ 3,123 bilhões) em aviões de carga italianos defeituosos que adquiriu para o Afeganistão mas ninguém envolvido no negócio foi ainda responsabilizado, aponta relatório.

Em 2008, o Pentágono comprou 20 aeronaves de carga G222 da companhia Alenia North America para o governo do Afeganistão.

No entanto, os aviões não eram muito fiáveis, com longos atrasos para garantir a entrega de peças de reposição, problemas de manutenção e inúmeras queixas de pilotos afegãos sobre a sua segurança, de acordo com um relatório do inspetor-geral especial para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR), citado pela NBC News.

Mais tarde, o programa foi suspenso e, em 2014, as aeronaves foram desmanteladas e enviadas para sucata, tendo, segundo aponta o relatório, sido vendidas por apenas US$ 40.257 (R$ 229 mil).

O documento obtido pela NBC News revela que nem o ex-general da Força Aérea dos EUA que esteve envolvido no projeto, nem a empresa que vendeu as aeronaves defeituosas ao Pentágono, foram alvos de qualquer ação judicial na sequência deste programa, avança o inspetor-geral.

"Infelizmente, ninguém envolvido no programa foi responsabilizado pelo fracasso do programa G222", lê-se no relatório.

As autoridades federais dos EUA tentaram instaurar um processo contra a empresa contratante, a Alenia, por possível fraude contratual e outras violações, e responsabilizar o ex-general da Força Aérea envolvido na aquisição, de acordo com o relatório do inspetor-geral.

Em 2016, o Departamento de Justiça aceitou iniciar um processo, mas disse ao SIGAR em maio de 2020 que seria difícil ter sucesso, uma vez que o governo dos EUA aceitou a entrega das aeronaves apesar das evidentes violações dos requisitos do contrato.

O documento diz ainda que as aeronaves não eram adaptadas para voar no terreno montanhoso do Afeganistão e que as falhas dos aviões levaram a acidentes "quase fatais".

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