Choco 'inteligente' passa em novo 'teste do marshmallow' para crianças

CC BY-SA 4.0 / Hans Hillewaert / Choco Sepia officinalis
Choco Sepia officinalis - Sputnik Brasil, 1920, 03.03.2021
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O choco foi testado em uma nova versão do "teste do marshmallow" e os resultados demonstraram que há mais coisas em seus estranhos cérebros do que sabíamos.

O teste do marshmallow, ou experimento com marshmallow da Universidade de Stanford (EUA), é bastante simples: crianças são colocadas em uma sala com um marshmallow e escutam a instrução de que se resistirem a não comê-lo por 15 minutos receberão mais um e poderão comer ambos.

Esta habilidade de retardar a gratificação demonstra capacidades cognitivas e planejamento futuro em particular. O teste foi originalmente criado para estudar o desenvolvimento de cognição humana, mas graças a simplicidade, pôde ser aplicado também em animais.

Obviamente, é impossível dizer ao animal que ele obterá melhor recompensa se esperar, mas se pode treiná-lo a perceber que receberá melhor comida se não comer imediatamente a que está à sua frente.

O novo estudo publicado no site Proceedings of the Royal Society B apresenta os resultados do experimento que comprovam a capacidade de chocos para retardarem sua gratificação. O teste foi organizado pelo Laboratório de Biologia Marítima com liderança de Alexandra Schnell, da Universidade de Cambridge, Reino Unido.

"Chocos neste estudo presente foram capazes de aguardar por melhor gratificação e suportaram atrasos entre 50 a 130 segundos, o que é comparável com o que vimos em vertebrados de cérebros grandes como chimpanzés, corvos e papagaios", escreveu a autora do estudo.

Por que os chocos têm evoluído esta capacidade de autocontrole ainda é um pouco misterioso. Pensa-se que a gratificação retardada em humanos fortalece laços sociais entre indivíduos, como por exemplo, esperar para comer para que um parceiro coma primeiro. No entanto, os chocos não são espécies sociais.

Os pesquisadores sugerem que a gratificação retardada pode ser o produto secundário da necessidade do choco de se camuflar para sobreviver.

"Chocos passam a maior parte do seu tempo camuflando, sentados e aguardando, pontuado por breves períodos de forrageamento", explica Schnell. "Eles param a camuflagem quando comem, e então, são expostos a predadores no oceano que queiram comê-los. Ponderamos que a gratificação retardada pode ser envolvida como um subproduto disso, para que o choco possa otimizar o forrageamento, esperando uma comida de melhor qualidade", concluiu.
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