Desaparecem misteriosamente 3 nomes do relatório inicial dos EUA sobre assassinato de Khashoggi

© AP Photo / Lefteris PitarakisRetrato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul
Retrato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul - Sputnik Brasil, 1920, 01.03.2021
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Pouco depois de o relatório de inteligência dos EUA sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi ter sido liberado, o documento foi substituído sem quaisquer explicações por outra versão, da qual foram retirados nomes de três pessoas que se pensava terem sido envolvidas no incidente, revela CNN.

De acordo com o artigo, três nomes desapareceram da lista de pessoas que alegadamente "participaram, ordenaram ou foram de outra forma cúmplices ou responsáveis pela morte de Jamal Khashoggi".

O Escritório do Diretor da Inteligência Nacional se recusou a esclarecer por que no início os nomes estavam incluídos no documento e qual é o envolvimento, se tiveram, que eles poderiam ter tido no assassinato de Khashoggi.

"Nós colocamos no site um documento revisado porque o original continha erroneamente três nomes que não deveriam ter sido incluídos", disse porta-voz do gabinete.

As três pessoas que não fazem mais parte do relatório de inteligência dos EUA são: Abdulla Mohammed Alhoeriny, Yasir Khalid Alsalem e Ibrahim al-Salim.

De acordo com uma fonte familiarizada com o trabalho interno da inteligência da Arábia Saudita, a primeira pessoa é o irmão do general Abdulaziz bin Mohammed al-Howraini, o ministro que encabeça a Presidência da Segurança do Estado, que supervisiona múltiplas agências de inteligência e contraterrorismo.

Alhoeriny, de acordo com os relatórios da Arábia Saudita, é o chefe adjunto de Segurança do Estado para Contraterrorismo. Segundo aponta a notícia, não se sabe quem são as outras duas pessoas retiradas do relatório.

Porém, na sexta-feira (26), antes de a alteração ter sido descoberta, um alto funcionário da administração dos EUA declarou que o relatório não continha novas informações.

Segundo ele, esta informação era do conhecimento do governo dos EUA e foi comunicada há mais de um ano aos comitês e a membros seletos do Congresso.

© YASIN AKGULManifestantes realizam ato em homenagem ao jornalista Jamal Khashoggi, em Istambul, Turquia (foto de arquivo)
Desaparecem misteriosamente 3 nomes do relatório inicial dos EUA sobre assassinato de Khashoggi - Sputnik Brasil, 1920, 01.03.2021
Manifestantes realizam ato em homenagem ao jornalista Jamal Khashoggi, em Istambul, Turquia (foto de arquivo)

Anteriormente foi relatado que o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional considerava que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, tinha aprovado pessoalmente o assassinato de Khashoggi.

O presidente dos EUA, Joe Biden, declarou que havia informado o rei da Arábia Saudita sobre "novas mudanças" na política de Washington em relação a Riad.

As autoridades da Arábia Saudita rejeitaram as conclusões do documento da inteligência dos EUA, afirmando que o "relatório continha informações imprecisas".

Jamal Khashoggi tinha 59, era saudita e trabalhava como colunista do Washington Post quando foi atraído para o consulado saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro de 2018, sendo morto por uma equipe de agentes da inteligência saudita. Equipe essa que teria laços estreitos com o príncipe herdeiro. Seu corpo foi parcialmente desmembrado e os restos mortais nunca foram encontrados.

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