Departamento de Estado dos EUA admite que 'pressão máxima' de Trump ao Irã fracassou

© REUTERS / Nicholas KammNed Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, durante coletiva de imprensa no Departamento de Estado norte-americano em Washington, EUA, 25 de fevereiro de 2021
Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, durante coletiva de imprensa no Departamento de Estado norte-americano em Washington, EUA, 25 de fevereiro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 27.02.2021
Nos siga no
A administração Trump iniciou uma campanha de "pressão máxima" contra o Irã em 2018 após retirar-se do acordo nuclear, aplicando sanções bancárias e energéticas a Teerã.

Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, afirmou na quinta-feira (25) que o país deveria acabar com sua campanha de "pressão máxima" contra o Irã, mais de um mês depois de Joe Biden, presidente norte-americano, assumir o cargo.

"Acho que quando você olha para os resultados da pressão máxima, você só pode ficar com uma conclusão. A pressão máxima deveria resultar em um acordo melhor. Era suposto que a pressão fosse para intimidar Teerã e seus representantes, era suposto isolar o Irã do resto do mundo, e era suposto deixar os interesses da América em uma posição melhor", disse o porta-voz do Departamento de Estado em uma coletiva de imprensa.

"Na verdade, [em] cada um deles, o contrário tem sido o caso [...] nos últimos quatro anos, não chegamos perto de nada que se assemelhasse a um acordo melhor. Essas negociações nunca chegaram sequer a começar. O Irã hoje e o Irã no final da administração Trump [...] estava muito mais próximo de uma arma nuclear, se optasse por desenvolver uma, do que no primeiro dia da última administração", acrescentou ele.

Price sugeriu que a política da administração de Donald Trump (2017-2021) não teve o efeito desejado.

"Ao invés de intimidar Teerã e seus representantes para se submeterem, Teerã e seus representantes [...] foram encorajados."

Voltando à abordagem da atual administração, o porta-voz disse que ela está "enveredando por um caminho diferente, um caminho que prioriza a diplomacia real, de princípios e realista com nossos parceiros e aliados".

No entanto, a mídia iraniana criticou as observações do diplomata dos EUA, com a agência PressTV ressaltando na sexta-feira (26) que, embora a nova administração parecesse reconhecer o fracasso da política de seu antecessor, ela mesma "mostrou até agora relutância em desfazer os erros do anterior presidente".

Rumo da nova administração

Em 17 de janeiro, Mohammad Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores do Irã, comentou as ações de Washington, referindo que "já faz um mês que o governo Biden deu continuidade à política de ilegalidade e 'pressão máxima' da administração Trump, de superioridade e intimidação", em referência às sanções bancárias e energéticas impostas a partir de 2018 pelos EUA.

Ao contrário da administração Trump, a presidência de Biden apoia um regresso ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ou acordo nuclear, assinado em 2015, mas exige que Teerã reduza imediatamente o enriquecimento de urânio como condição. Irã, por sua vez, argumenta que os EUA saíram unilateralmente do acordo em 2018, por isso não têm direito a impor condições à nação persa.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала