Quais são as peculiaridades da vacinação dos recuperados da COVID-19?

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Vacinação na Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 18.02.2021
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A infectologista e diretora de Medicina Interna do Hospital Shamir de Israel, Galina Goltsman, relatou as peculiaridades da vacinação dos recuperados da COVID-19.

Em um estudo publicado no site medRxiv, pesquisadores norte-americanos questionaram se os recuperados da COVID-19 devem receber ambas as doses de vacina da Pfizer ou da Moderna contra coronavírus ou uma só dose seria suficiente.

Os pesquisadores norte-americanos evidenciaram que, após a primeira dose, a quantidade de anticorpos nos recuperados é igual ou maior do que em pessoas sem imunidade após segunda dose. Baseando-se nestes dados, a vacinação de recuperados pode ser administrada de outra forma. Assim, apenas uma dose permitiria evitar dor desnecessária e, consequentemente, economizar doses.

"Sim, pode ser verdade do ponto de vista de padrões de imunologia. Na prática, significa que aos infectados dizem que eles não precisam de vacina. Recentemente, em 18 de janeiro, saiu novo artigo na [revista] Nature mostrando que os recuperados [do coronavírus] já têm anticorpos por mais de três meses", comentou a especialista os resultados do estudo.

Segundo suas palavras, "o sistema imune funciona assim: se o organismo se lembra da infecção e uma pessoa fica doente, a memória é ligada para começar a produzir excessivamente anticorpos".

"É bem provável que a vacina se tornará um reforço, fazendo o organismo produzir muito mais anticorpos. Parece lógico do ponto de vista científico. De verdade, isso nada nos diz, pois não sabemos quanto tempo permanece o alto teor de anticorpos, que poderia cair em duas semanas e se igualar ao [teor] de todos."

Em se tratando de quando seria o momento ideal para vacinar os recuperados da COVID-19, Galina Goltsman ponderou que, "por enquanto, não é preciso vacinar durante três meses [após recuperação], e depois são necessários mais dados para análise".

Adicionalmente, a infectologista notou que novas pesquisas demostram que 80% dos recuperados "perderam" os anticorpos seis meses depois da doença.

"Por outro lado, ainda não sabemos se a pessoa continua protegida. Pode ser que nós não conseguimos ver anticorpos, mas o organismo continua se lembrando desta infecção e, ao enfrentá-la, os anticorpos poderiam começar a ser produzidos para matá-la completamente", concluiu.
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