'Mundo totalmente inóspito': cientista russo explica por que Júpiter tem bandas

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Imagem de Júpiter e alguns seus satélites - Sputnik Brasil, 1920, 16.02.2021
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O vice-diretor do Instituto de Pesquisas Espaciais da Academia de Ciências da Rússia, Oleg Korablev, falou em entrevista à Sputnik sobre os segredos do planeta gigante.

O cientista relembrou que Júpiter é um planeta gasoso composto do hélio e hidrogênio e não tem superfície sólida. Sua atmosfera, condensando gradualmente, se torna em um líquido cuja pressão aumenta com a profundidade.

Além disso, o especialista explica que "a atmosfera de Júpiter contém impurezas que lhe dão cor. Nela são observadas correntes atmosféricas muito complexas, em princípio semelhantes às que temos na Terra, só que em Júpiter tais 'células' de circulação são muitas".

Isso explica a existência das bandas no planeta, "uma vez que cada corrente se move em direção diferente, e em seus limites formam-se redemoinhos semelhantes aos ciclones e anticiclones terrestres", adicionou o cientista.

Segundo ele, o redemoinho mais conhecido do planeta gigante é a Grande Mancha Vermelha que, ao contrário dos ciclones na Terra, é bem estável e o tempo de sua vida é estimado em centenas de anos.

CC BY 3.0 / NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS/Kevin M. Gill / Grande Mancha Vermelha de Júpiter
'Mundo totalmente inóspito': cientista russo explica por que Júpiter tem bandas - Sputnik Brasil, 1920, 16.02.2021
Grande Mancha Vermelha de Júpiter

Os cientistas também estão interessados no estudo de seus múltiplos satélites, especialmente, em pesquisas da lua Europa. Considera-se que o satélite possui um grande núcleo mineral rodeado de água. Uma série de fatos experimentais acumulados comprova a hipótese que sob a crosta de gelo há um oceano de água salgada líquida.

O especialista russo contou que o telescópio Hubble já conseguiu captar produtos de decomposição da água. Tais observações impulsionaram o projeto norte-americano Europa Clipper que pressupõe o lançamento de uma estação automática interplanetária em 2024. Planejam-se várias aproximações desta com Europa a fim de estudar as emissões de água de perto.

"Podemos sonhar com o pouso na superfície de Europa e mesmo com a penetração no oceano sob o gelo, onde se pode esperar encontrar alguns indícios de atividade biológica", expressou o vice-diretor.

Ao mesmo tempo, o especialista descartou quaisquer chances de os satélites de Júpiter virarem refúgio temporário para os habitantes da Terra.

"Mas que refúgio poderia ser? O sistema de Júpiter é um mundo totalmente inóspito", concluiu ele.
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